O Dia

Ex-assessor do Trump admite que mentiu sobre russos

Michal Flynn recua e enfim diz à Justiça americana que manteve contato com diplomatas do Kremlin para melhorar as relações

- > Washington Com Agência France-Presse

O general reformado Michael Flynn, ex-conselheir­o de Segurança Nacional de Donald Trump, se declarou culpado ontem por ter mentido a investigad­ores sobre seus contatos com um diplomata russo há um ano. A admissão de culpa cai como uma bomba para Trump, apesar dos esforços mobilizado­s pela Casa Branca para amenizar o escândalo.

A confissão de Flynn acontece no âmbito da investigaç­ão liderada pelo procurador especial, Robert Mueller, sobre possível conluio entre o comitê de campanha de Trump e funcionári­os russos na eleição presidenci­al do ano passado. Em nota, Flynn disse que assumia “plena responsabi­lidade” por seus atos e admitiu que, como parte do acordo com a Justiça, passará a colaborar de boa-fé com a equipe de Mueller, exatamente o que a Casa Branca mais temia.

Quase imediatame­nte, o advogado da Casa Branca, Ty Cobb, buscou minimizar o papel de Flynn no governo Trump, chegando a apontar que ele ocupou o cargo por somente 25 dias, e o definiu como “um ex-funcionári­o do governo de (Barack) Obama”.

No fim de 2016, quando já havia sido escolhido por Trump para ser conselheir­o de Segurança Nacional, Flynn manteve vários contatos com o então embaixador da Rússia em Washington, Sergei Kislyak. Em algumas conversas, Flynn discutiu com Kislyak a necessidad­e de evitar uma escalada de tensões entre Washington e Moscou, visando às sanções que o governo de Barack Obama impunha naquele momento à Rússia.

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AFP/NICHOLAS KAMM/MANDEL NGAN Trump e a Casa Branca temem o que Flynn pode dizer na delação

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