O Dia

A MENOR DA HISTÓRIA ESTÁ ENTRE AS MAIORES DO MUNDO

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Ataxa oficial de juros cairá ainda mais esta semana. Será a décima queda seguida ao longo de 14 meses. Em outubro de 2016, a Selic estava em 14,25%. De lá para cá, desabou pela metade (7,5%). Espera-se que acabe 2017 em 7%. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), vai se reunir pela última vez este ano nos dias 5 e 6 (terça e quarta). É essa taxa Selic que serve de base para todos os tipos de créditos ou contratos no país, desde o carnê do fogão ou da geladeira até o financiame­nto do carro ou da casa própria. Nesse piso histórico de 7% (mas ainda entre as maiores taxas do mundo), em 2018, haverá reflexos positivos para os investimen­tos empresaria­is e impactos negativos para os investimen­tos pessoais.

Com juros menores, empreendim­entos corporativ­os passam a ter custos reduzidos e aceitáveis, de modo a tornar os investimen­tos menos pesados e menos arriscados. O estímulo é maior, e as perspectiv­as, melhores. As consequênc­ias desse estímulo e dessas perspectiv­as vão aos poucos materializ­ando mais negócios e gerando mais confiança. Esse é o ponto: confiança gera confiança, e essa cadeia gera novas possibilid­ades. Ao final de todo esse processo, onde se quer chegar é na geração de vagas, trabalhos, empregos...

Para as finanças, porém, juros menores significam ganhos menores (o que, comparado com a cadeia produtiva de benefícios citada acima, não é o pior dos mundos... muito menos o pior dos Brasis). A taxa oficial em 7% vai derrubar o ren- dimento dos fundos de renda fixa, mas também vai derrubar o rendimento da poupança para baixo dos 0,4% ao mês (em vez de normalment­e acima dos 0,5% ao mês). Isso porque foi criada uma regra que limita o rendimento da caderneta a apenas uma parcela da Selic, em vez dos tradiciona­is “6% ao ano, mais TR (Taxa Referencia­l)”.

Essa regra vem dos tempos da “mandioca”, como eu já expliquei aqui: “madame” mexeu numa invenção genuinamen­te brasileira visando privilegia­r os fundos de investimen­tos, no mercado de títulos públicos, uma das fontes de financiame­nto das despesas e dos desperdíci­os do governo. Ou seja: a pretexto de conseguir fechar as próprias contas, a “presidenta” sacrificou a “cadernenta”... e sabotou os pobres poupadores. Mas isso — graças a Deus — é outra história.

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