Tensão nas Coreias aumenta
Operação aérea dos EUA e Coreia do Sul enfurece rival, que considera guerra iminente
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul iniciaram ontem uma grande operação militar conjunta, que a Coreia do Norte considerou como “provocação total” que pode levar a uma guerra nuclear “a qualquer momento”.
O exercício aéreo batizado de Vigilant Ace envolve mais de 230 aviões e milhares de soldados e acontece durante os próximos quatro dias.
“É uma provocação aberta, em todos os níveis, contra a Coreia do Norte. Os belicistas americanos e sua marionete sul-coreana fariam bem em recordar que seu exercício militar será tão estúpido como um ato que precipita sua autodestruição”, afirmou o jornal estatal norte-coreano ‘Rodong’. O ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte também acusou o governo de Donald Trump de “querer a guerra nuclear a qualquer preço”.
A simulação aérea foi iniciada menos de uma semana depois do novo teste de um míssil balístico norte-coreano supostamente capaz de atingir quase todo o território dos Estados Unidos.
DISCURSO HOSTIL
No sábado, o assessor de Segurança Nacional de Donald Trump, general McMaster, alertou que a probabilidade de uma guerra com a Coreia do Norte “aumenta a cada dia”. Já o senador americano Lindsey Graham disse que o fantasma de uma guerra preventiva fica mais próximo cada vez que Pyongyang testa um míssil ou uma bomba nuclear. “O governo Trump quer tem impedir que a Coreia do Norte adquira a capacidade de atacar os Estados Unidos com um míssil com cabeça nuclear, não só de controlá-la. Se houver um teste nuclear subterrâneo, será necessário se preparar para uma resposta muito séria dos Estados Unidos”, ponderou o congressista republicano.
O secretário-geral adjunto da ONU para Assuntos Políticos, o americano Jeffrey Feltman, realizará entre hoje e sexta-feira uma visita oficial à Coreia do Norte, anunciou nesta segunda-feira o porta-voz das Nações Unidas, Stéphane Dujarric.
Trata-se da primeira visita de Feltman a esse país desde que assumiu sua função em 2012, detalhou a ONU.