O Dia

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- RICARDO SCHOTT ricardo.schott@odia.com.br

Biografia autorizada de Renato Aragão revela histórias como o acidente de avião que quase o matou no começo da carreira.

Carioca de Bonsucesso, o jornalista Rodrigo Fonseca tinha dois ídolos na infância: Sylvester Stallone e Renato Aragão. “O primeiro filme que vi no cinema foi ‘Os Trapalhões No Reino da Fantasia’. Meu irmão mais velho se chama Renato também. Eu só chamava o Renato Aragão de Didi, porque não podia admitir que meu ídolo tivesse o nome do meu irmão”, brinca Rodrigo. Tudo resolvido: após passagens por várias redações, Rodrigo tornou-se amigo de Renato, autor de textos para a nova versão de ‘Os Trapalhões’ e agora põe nas livrarias a biografia do humorista de Sobral (CE). ‘Renato Aragão - Do Ceará para o Coração do Brasil’ (Ed. Sextante, 304 págs, R$ 49,90) ganha lançamento hoje na Livraria da Travessa do Barra Shopping.

TRISTEZA

O filme que fez a cabeça de Rodrigo para a cinematogr­afia dos Trapalhões não é assistido por Renato há algum tempo. Aliás, nem esse, nem nenhum dos filmes que ele e Dedé Santana estrelaram com Mussum (1941-1994) e Zacarias (1934-1990), que formaram o quarteto mais amado pelas crianças do Brasil nos anos 1970 e 1980.

“Não vejo mais, é uma tristeza muito grande”, conta Renato ao DIA. A nova versão dos ‘Trapalhões’ com ele, Dedé e novos atores agradou muito ao velho Trapalhão.

“Mas foi uma homenagem, eles estavam caracteriz­ados como sobrinhos. Os Trapalhões são insubstitu­íveis. Todos fizeram muito bem, foi uma excelente temporada. Mas claro que meus companheir­os fizeram falta”, conta o ator. A biografia, ele reconhece, foi um trabalho “doloroso”, por causa de algumas lembranças. “Já queria fazer, mas esperava o biógrafo certo. A ideia foi mostrar coisas que a imprensa nunca viu, e comprovar com fotos. Minha vida não foi mole”, conta.

ALÉM DO PALHAÇO

Quem assistiu aos Trapalhões no auge pôde ver Renato em papéis que, mesmo tendo bastante texto, mexiam muito com o corpo - seja subindo no Cristo Redentor, ou brigando com a dupla de astros Bud Spencer e Terence Hill, ou imitando Ney Matogrosso. Rodrigo foi fundo nas origens desse humor bastante circense (“Sou um palhaço, né?”, brinca Renato) e escreveu aquilo que classifica como um “livro de aventuras”.

“O Renato passou por muita coisa na vida. Em 1958, ele sobreviveu a um queda de avião! Ele estava voltando dos jogos universitá­rios, quando era estudante de Direito e jogava futebol. O avião em que ele estava bateu contra uma muralha de pedra. Sobreviver­am 27 dos 40 passageiro­s e o avião chegou a ser saqueado. Foi desesperad­or. A família dele chegou a dá-lo como morto. O capítulo foi o mais

O Renato é um cara que gosta de coisas perigosas. No começo, ele era conhecido como ‘o doidão da televisão’” RODRIGO FONSECA, Biógrafo

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Nos braços da dupla Bud Spencer e Terence Hill Rei do Humor e Rei da Bola: Renato faz graça com Pelé Os Trapalhões (acima), a personagem Severina (E) e a capa do livro (abaixo)
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