O Dia

Na rota de balões, Parque Olímpico cobra investigaç­ões

Gestores alertam para risco de novo incêndio e pedem atuação das polícias. Região concentra 70% das denúncias

- GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br

AAutoridad­e de Governança do Legado Olímpico (Aglo) está preocupada com o risco de novos incêndios criminosos no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Funcionári­os alertam que muitos balões continuam sobrevoand­o o local à noite e de madrugada. O perigo é iminente, já que a Zona Oeste lidera o ranking de denúncias sobre balões, concentran­do 70% dos registros do Disque Denúncia em 2017 no município do Rio.

Os dois acidentes provocados por quedas de balões no velódromo, em julho e novembro, custaram aos cofres públicos R$ 260 mil em reparos. O prejuízo saiu do orçamento do Ministério do Esporte e o conserto foi providenci­ado pela Aglo. A quantia é suficiente para arcar com a despesa de energia elétrica de um mês inteiro do equipament­o, usado nas competiçõe­s de ciclismo de pista na Olimpíada. Segundo a autoridade, os crimes, investigad­os pela Polícia Federal (PF), ainda não foram elucidados.

“Ainda tem uma grande quantidade de balões passando aqui. No Rio, a tradição é soltar balão de madrugada. Essa região é uma passagem de ventos da Zona Norte em direção ao mar. Os balões que vêm do subúrbio passam por aqui e a probabilid­ade de caírem é enorme”, alertou um servidor, que pediu para não ser identifica­do.

O presidente da Aglo, Paulo Márcio Dias Mello, apela que a PF estabeleça integração com a Polícia Civil para que os grupos de baloeiros sejam identifica­dos e indiciados. “Na primeira ocasião, a Polícia Civil abriu inquérito para apurar a responsabi­lidade, mas teve que enviar o caso para a PF por força legal (porque o espaço é federal). Estou esperando o indiciamen­to desses baloeiros para que a minha Procurador­ia Federal entre com ação civil solicitand­o tudo o que gastamos”.

Mello informou que entregou à PF fotografia­s e vídeos dos balões que caíram no velódromo, com inscrições que identifica­m grupos de baloeiros. Os dois incêndios acontecera­m de madrugada, não deixaram feridos e não compromete­ram a estrutura. O primeiro, no dia 30 de julho, estragou em maior proporção o telhado e danificou esteticame­nte a pista de madeira. Foram gastos R$ 199 mil no reparo. No segundo, em 26 de novembro, parte da cobertura foi atingida e o conserto emergencia­l, que durou uma semana, custou R$ 60 mil. A Polícia Federal não respondeu ao DIA.

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DIVULGAÇÃO Um dos balões resgatados no Velódromo do Parque Olímpico. Funcionári­os da AGLO dizem que situação é comum naquela região

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