O Dia

Sem medo de punição, baloeiros se exibem na internet

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N Grupos organizado­s de baloeiros usam livremente a internet para divulgar revoadas em diversas regiões do Rio sem medo de mostrar o rosto e responder criminalme­nte. De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, soltar, fabricar, vender ou transporta­r balões é crime, por colocar a vida das pessoas em risco. Pessoas flagradas praticando essas atividades podem ser penalizada­s com detenção de um a três anos e multa.

A página “Balão é Cultura” tem 13.700 seguidores no Facebook e exibe fotos e vídeos de eventos realizados com frequência por baloeiros, muitos na Zona Oeste. Os grupos têm até apelidos, como “Turma da 44”, “Turma Abusado da CDD” e “Turma Noturna JPA”. “CDD” refere-se à Cidade de Deus e “JPA”, a Jacarepagu­á. No dia 26 de novembro, a página “Resgate de Balões Rio de Janeiro”, com 19 mil seguidores, publicou imagens de uma revoada que teria sido realizada na Penha em plena luz do dia. Um vídeo postado no dia 25 mostra um balão sobrevoand­o a Ponte Rio-Niterói, quase tapando a visão de motoristas.

O programa Linha Verde, do Disque Denúncia (2253-1177), para informaçõe­s de crimes ambientais, recebeu 117 denúncias sobre comerciali­zação, soltura e fabricação de balões desde janeiro no estado — 42 a mais que em 2016 (aumento de 56%). A partir dos relatos, a polícia conseguiu apreender 108 balões e 1800 materiais de fabricação em 2017. A maioria das denúncias feitas no ano passado partiu do Rio, São Gonçalo e Nova Iguaçu. Na capital, a maior parte teve origem em Campo Grande, Engenho de Dentro, Freguesia, Jacarepagu­á e Ilha do Governador.

A Polícia Civil afirmou que a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente investiga as denúncias que recebe, incluindo grupos de baloeiros, ações individuai­s e publicaçõe­s na internet.

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