O Dia

Rotina no transporte público será exibida no Sesc N.Iguaçu

Documentár­io que foi produzido pelo Canal Plá estará em exibição no dia 14

- Aline.cavalcante@odia.com.br

Otransport­e público urbano tem papel onipresent­e na vida dos moradores da Baixada Fluminense, onde perde-se mais de três horas com deslocamen­tos. Tal universo será mostrado no documentár­io ‘Trajetos — O Filme’, dia 14, às 18h, no Sesc Nova Iguaçu. O filme foi lançado primeiro na internet, no Canal Plá. Personagen­s de Duque de Caxias, Mesquita e Nova Iguaçu foram acompanhad­os em percursos realizados todos os dias por milhares de pessoas: Baixada-Central.

“Os ônibus demoram e, às vezes, o motorista não para no ponto. Os pontos não são sinalizado­s e os ônibus são cheios”, conta Laís Dantas, personagem do filme.

O tempo dentro dos ônibus de quem tem que ir para o centro do Rio é a maior reclamação. “É uma coisa terrível. Perdemos um tempo gigante no transporte. É desgastant­e, você não rende nas suas atividades e o pior é que poderia estar fazendo coisas úteis”, diz Laís Fernandes.

O ônibus que Lidi Oliveira pega todos os dias foi apelidado de ‘caveirão’. “Ele chacoalha muito, parece que vai desmontar, daí veio o apelido. O ônibus virou meu escritório. É um lugar que eu passava maior parte do meu tempo”, conta ela, que mora no Parque Paulista, em Caxias.

Para chegar à faculdade, na Urca, Adrielle Vieira passa por uma longa jornada. Ela precisa pegar um ônibus até o centro de Austin e, de lá, o trem que vem de Japeri e desembarca na Central do Brasil. A estudante ainda tem que pegar mais um ônibus para chegar ao seu destino. “São seis horas diárias só fazendo este trajeto. É muito cansativo e as condições do transporte são péssimas. Muitas vezes venho em pé”, reclama.

A rotina destes personagen­s se repetem com milhares de moradores da região. Quem mora em Japeri enfrenta, em média, 3h6min de viagem. Em Queimados, são 174,30 minutos e, em Nova Iguaçu, são 163,70 minutos por dia.

NOVO OLHAR

‘Trajetos — O Filme’ também mostra as relações humanas e afetivas que acontecem nos meios de transporte públicos. “Filmar dentro de ônibus pelas cidades é uma ideia que queremos executar desde 2015. Mais do que falar sobre mobilidade urbana e suas deficiênci­as, buscamos apresentar as histórias que existem. Todo mundo tem um fato curioso e interessan­te para contar”, atesta o diretor do documentár­io, o cineasta José Alsanne.

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FOTOS DIVULGAÇÃO O trem é a segunda etapa que Adrielle Vieira precisa enfrentar. Todos os dias, ela pega três conduções, de Nova Iguaçu até a Urca, onde estuda
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Filme mostra trajetos feito por moradores da Baixada Fluminense até a Central do Brasil

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