O Dia

Plástica cresce entre o público masculino

Cirurgias plásticas masculinas quadruplic­aram nos últimos cinco anos. Redução da mama é uma das mais procuradas

- Do estagiário Guilherme Bianchini, sob supervisão de Angélica Fernandes

É cada vez maior o número de homens que buscam cirurgias estéticas no Brasil.

Entre as mulheres, a cirurgia plástica sempre foi encorajada e vista como caminho para corrigir imperfeiçõ­es físicas. No mundo masculino, o procedimen­to já foi encarado como um grande tabu, mas essa realidade mudou. Por dia, 756 intervençõ­es cirúrgicas são feitas para melhorar a aparência de homens, uma média de duas por minuto. A contagem quadruplic­ou nos últimos cinco anos, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Entre os procedimen­tos mais procurados, estão a ginecomast­ia— redução de mamas— e a lipoaspira­ção em diversas partes do corpo.

A diminuição do preconceit­o, o status do Brasil como referência no mercado de cirurgia plástica e a compreensã­o desse procedimen­to como popular são alguns motivos que ajudam a entender o aumento nos procedimen­tos. “A busca pela juventude é frequente no dia a dia das pessoas, e os homens também se preocupam com esse rejuvenesc­imento. Todo paciente quer estar bem consigo mesmo”, explicou o cirurgião plástico Fernando Bianco.

No topo das intervençõ­es mais procuradas estão o lifting facial, que elimina rugas no rosto e no pescoço; a blefaropla­stia, para melhorar a aparência das pálpebras; a rinoplasti­a, que remodela o nariz; e a otoplastia, para corrigir orelhas de abano. Além dos procedimen­tos mais realizados, Bianco chama a atenção para a ginecomast­ia, que corrige glândulas mamárias de homens insatisfei­tos com o cresciment­o exagerado das mamas.

ENTRE OS HOMENS, HÁ SEGREDO

Apesar de os números indicarem uma melhor aceitação social das cirurgias masculinas, ainda há pacientes que relutam em assumir essa condição, como o empresário, de 52 anos, que preferiu não ser identifica­do. Ele já passou por uma lipoaspira­ção há dois anos e, em setembro, realizou rinoplasti­a e otoplastia. “Homem que fez cirurgia não comenta isso com ninguém. Tenho amigos para quem nunca falarei que fiz uma cirurgia no nariz, por exemplo. Podem não me criticar, mas não me sinto à vontade. Ainda existe aquele preconceit­o bobo que gera um comentário desnecessá­rio. O machismo persiste quando há busca pela estética”, confessou.

A melhora da autoestima, no entanto, é a principal razão para que os homens se submetam aos procedimen­tos. “São intervençõ­es discretas, mas fazem bem. É um detalhe para me sentir melhor. Sinto-me um pouquinho mais perfeito, ou menos imperfeito”, analisou o paciente.

Para os que pensam em modificar a aparência, a dica de quem tem experiênci­a no assunto é buscar recomendaç­ões e identifica­r o profission­al adequado. Dessa forma, é possível passar pela cirurgia plástica sem receio de resultados indesejado­s. É indicado que o paciente faça uma pesquisa sobre o procedimen­to e, o mais importante, é não ter medo de realizá-lo, como sugere um outro paciente: “Não fico procurando imperfeiçõ­es no meu corpo. Mas se dá para melhorar um pouquinho, a gente vai lá e melhora”.

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