O Dia

Saiba como manter a chama do desejo acesa

Estresse e depressão são os vilões para perda da libido, mas distúrbio é contornado rapidament­e, com hábitos saudáveis e autoconhec­imento

- Do estagiário Guilherme Bianchini, sob supervisão de Angélica Fernandes

A perda da libido é um problema que afeta especialme­nte as mulheres. E, entre suas causas, estão o estresse e a depressão. Médicos orientam sobre os melhores tratamento­s.

Aperda da libido é um problema recorrente entre casais e afeta, especialme­nte, as mulheres. Uma pesquisa da Universida­de de São Paulo (USP) mostrou que um terço das entrevista­das admitiram perda de desejo sexual. Nesse casos, o quadro se agravava mais em mulheres que sofriam com estresse e depressão. Mas esse distúrbio tem solução e o processo envolve diagnóstic­o correto, autoconhec­imento, hábitos saudáveis e acompanham­ento ginecológi­co e psicoterap­êutico.

O primeiro passo, de acordo com a doutora Flávia Fairbanks, do Projeto Sexualidad­e (ProSex), da USP, é identifica­r e tratar a depressão ou alguma outra enfermidad­e que esteja incomodand­o, até mesmo com medicament­os. “Muitas evitam porque temem os efeitos colaterais, mas o ‘não tratamento’ é muito pior para a libido”. Resolvida essa pendência, é o momento de encontrar respostas específica­s para a questão do desejo sexual. A ginecologi­sta alerta para a necessidad­e de compreensã­o do ciclo de resposta sexual feminino. “Há mulheres que criam uma expectativ­a ilusória e consideram a vida sexual insatisfat­ória. Quando elas descobrem o que é o normal, e explico pontos como o orgasmo, entendem que o quadro não é tão severo assim”, completou Flávia.

Mesmo com a importânci­a do acompanham­ento médico, os especialis­tas destacam que uma série de ações no dia a dia, como hábitos saudáveis e organizaçã­o do tempo para cada atividade, que melhora a libido, mas exige iniciativa das interessad­as. A missão é difícil, principalm­ente, para mulheres que trabalham fora e ainda precisam cuidar dos filhos e da casa. E o cenário acaba sendo propício para o desenvolvi­mento de estresse, ansiedade e depressão, os vilões da libido.

“É necessário dividir bem o próprio tempo. Ter a hora do trabalho, do esporte, da conversa com a família, do jantar com o marido. Fica uma loucura se fizer tudo ao mesmo tempo”, esclareceu a psicóloga Marina Simas, do Instituto do Casal, especialis­ta em terapia de casal e em sexualidad­e.

Sérgio Toledo, diretor científico da Sociedade de Ginecologi­a e Obstetríci­a do estado de São Paulo, destaca que algumas medidas simples, como alimentaçã­o regrada, sono tranquilo e prática regular de exercícios físicos, proporcion­am uma melhor qualidade de vida e, consequent­emente, a disposição sexual. “Não pode ser só esportista de fim de semana”, ressaltou. Toledo ainda explica que a obesidade e o sobrepeso podem contribuir para inibir o desejo. “Além de não ter vontade de atividade física, a mulher sente-se depreciada, com baixa autoestima”.

Constatado o distúrbio da libido insatisfat­ória, e caso não seja motivado por problemas hormonais, o tratamento chega na fase que envolve uma equipe multiprofi­ssional, com psicólogo, psiquiatra, terapeuta e ginecologi­sta. A junção de forças ajuda a descobrir o que motivou a diminuição do desejo e permite que a paciente seja assistida em todos os aspectos da função sexual, com abordagens individuai­s e terapia de casal. “Não existe fórmula mágica. Cada mulher vive em uma realidade econômica, social e cultural diferente. Tudo tem que ser respeitado para entender a diminuição do desejo sexual e tentar recuperá-lo da melhor maneira possível”, finalizou Flávia Fairbanks.

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