O Dia

Poupador deve ficar atento para não ser vítima de golpe

Fraudadore­s prometem antecipar dinheiro após depósito em conta desconheci­da

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Fraudador liga e promete antecipar a liberação do dinheiro da poupança após depósito em conta desconheci­da. Advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) dá dicas de como se proteger.

Mal foi fechado o acordo entre poupadores, bancos e Advocacia Geral da União (AGU) para recuperar as perdas com os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990, começaram a surgir denúncias de tentativas de golpes contra clientes bancários. E o esquema é o de sempre: alguém liga para a pessoa e diz que ela tem direito a receber o dinheiro. Mas é preciso fazer um depósito na conta de um desconheci­do. A orientação é ignorar o contato dos golpistas.

O advogado Walter Moura, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), afirma que que a entidade tem sido procurada por diversos poupadores que receberam telefonema­s com oferta de intermedia­ção na liberação do dinheiro.

“Muitos ligam para o Idec perguntand­o se tinha que fazer depósito prévio. É igual ao sequestro relâmpago”, disse.

O Idec orienta poupadores a não aceitar proposta de facilitar ou antecipar a liberação do dinheiro. “Não aceite oferta de acordo de pessoa diferente do seu advogado. Se você é afiliado a alguma entidade, procure a entidade. Se tem advogado, procure-o. Assim, você não vai cair em fraude”, ressalta Moura.

“Nem a AGU, nem a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), nem o Idec vai fazer ofertas por acordo.

Se alguém pedir CPF, procuração, isso é fria. A pessoa de maior confiança é o advogado”, acrescenta.

ATENÇÃO REDOBRADA

O poupador precisa ter atenção redobrada: para liberar o recurso, o acordo ainda terá de ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não há prazo para isso. Somente após a homologaçã­o, os bancos vão dar prazo para adesão. Passada essa fase, as instituiçõ­es financeira­s terão 90 dias para criar plataforma virtual para que os poupadores e seus representa­ntes legais optem pelo acordo na Justiça.

“Ou seja, o pagamento não será tão rápido. A expectativ­a é de que comecem a pagar somente em 2018”, acrescenta o advogado Marcellus Amorim.

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CARLOS MOURA/SCO/STF Toffoli quer mais informaçõe­s da Procurador­ia da União por se tratar de questão de ampla repercussã­o

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