O Dia

EXPLOSÃO DE FOGOS FAZ QUATRO VÍTIMAS EM SÃO GONÇALO

Barraca não tinha autorizaçã­o para vender explosivos na calçada em São Gonçalo

- JONATHAN FERREIRA jonathan.ferreira@odia.com.br Com o estagiário Matheus Ambrósio

As chamas começaram em uma banca onde os artefatos eram vendidos de forma irregular. O principal atingido foi o ambulante Jonatan Marinho, de 23 anos, que teve o braço amputado. O estouro se deu, provavelme­nte, pela exposição do material explosivo aos raios solares. A fachada de um mercado foi danificada.

Apoucos dias da tradiciona­l comemoraçã­o de fim de ano, quando se soltam muitos fogos de artifício, uma explosão de uma barraca irregular de venda destes produtos feriu pelo menos quatro pessoas (uma em estado grave), destruiu a fachada de um mercado e acendeu um alerta. A explosão ocorreu ontem à tarde, em São Gonçalo, e pode ter sido provocada pela exposição dos fogos aos raios solares. A avaliação é do especialis­ta em segurança Vinicius Cavalcanti, que explicou que este tipo de material deve ser armazenado em local fresco e arejado. “A estocagem em um local quente, submetido a muita luz solar pode provocar encandeame­nto do pavio”, explicou. Testemunha­s disseram que havia pontas de cigarro próximas à barraca.

Moradora da região próximo à Rua Salvatori, no Rocha, Rosa Moraes, 54 anos, acordou com o barulho. “Pensei que fosse um desmoronam­ento na pedreira. Fiquei muito assustada, o chão da minha sala tremeu”, contou. De acordo com uma comerciant­e local, que pediu para não ter a identidade divulgada, vendedores ambulantes ocupam calçadas para vender fogos de artifício irregularm­ente em determinad­os períodos. “Nas épocas de festas juninas e Ano Novo, a presença deles é mais frequentes”. Ela acrescenta que os ambulantes afirmam que a rua é pública, quando questionad­os sobre a legalidade das vendas.

RISCO NAS RUAS

O provável dono da barraca que vendia fogos, identifica­do como Jonatan Marinho, 23 anos, foi levado para o Hospital Estadual Alberto Torres em estado muito grave, com possibilid­ade de amputação de um braço. Além dele, outras três pessoas foram hospitaliz­adas. José Ferraz, de 60 anos; Maria Aline de Almeida, 36, e Tatiana da Silva Elias, 33, também foram levados para o hospital. Um familiar de Maria Aline de Almeida, que não quis se identifica­r, contou que ela vendia doce há cerca de um ano na calçada onde ocorreu a explosão. “Quando cheguei ela estava sendo socorrida pelo bombeiros e estava lúcida. Pediu que eu apanhasse a identidade dela”, lembrou. De acordo com o último boletim médico, ela tem quadro de saúde estável, assim como Tatiana da Silva e José Ferraz.

De acordo com o subsecretá­rio da Defesa Civil de São Gonçalo, Antônio Haag, o supermerca­do ficará fechado por medida de segurança até a realização de perícia para avaliar possíveis danos estruturai­s. Ele afirmou que o Samu chegou rapidament­e ao local para socorrer as vítimas.

Haag lembrou, ainda, que a população deve denunciar a venda irregular de fogos de artifício através do telefone 199. A Defesa Civil de São Gonçalo prometeu a realização de cursos de prevenção, com início previsto para 2018, onde será exposto manejo de equipament­os e percepção de riscos. “O maior problema é a exposição do material inflamável. Basta uma lente convergent­e exposta ao sol, para que ocorra a explosão”, reforçou Hagg.

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FOTOS MAIRA COELHO
 ?? MAIRA COELHO/AGENCIA O DIA ?? Impacto causado pelo estouro atingiu supermerca­do em frente, que está fechado até que seja feita uma avaliação da possibilid­ade de danos estruturai­s ao imóvel
MAIRA COELHO/AGENCIA O DIA Impacto causado pelo estouro atingiu supermerca­do em frente, que está fechado até que seja feita uma avaliação da possibilid­ade de danos estruturai­s ao imóvel
 ?? MAIRA COELHO/AGENCIA O DIA ?? Destruição causada pela explosão atingiu área dos caixas do mercado
MAIRA COELHO/AGENCIA O DIA Destruição causada pela explosão atingiu área dos caixas do mercado

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