O Dia

Gás à mesa

- Marco Antônio Cabral Deputado federal pelo PMDB

OBrasil é um dos maiores produtores de gás natural do mundo. Apesar disso, assistimos neste ano à disparada do preço dessa riqueza tão importante para a população, seja pelo seu uso no aqueciment­o de água e, principalm­ente, pela sua utilização no preparo de alimentos.

Em algumas cidades já temos o botijão de 13 kg sendo vendido por R$ 100. Mas qual o motivo disso? Um dos fatores que mais influencia­m no preço absurdo do gás de cozinha é o cartel armado pela indústria. Mais de 95% do gás comerciali­zado no país é fornecido por apenas seis empresas.

Países como Canadá e Estados Unidos permitem o envasament­o do botijão em postos. Isso significa de imediato duas coisas: maior variedade de fornecedor­es e possibilid­ade da recarga de gás na quantidade que o consumidor desejar.

Aqui mesmo no Brasil temos uma experiênci­a da queda do preço e a maior concorrênc­ia com o gás natural para veículos. Esse não seria o melhor exemplo para que nós per- mitíssemos a recarga dos botijões de gás? Por isso apresentei o Projeto de Lei 9.349/2017, para dar ao cidadão a possibilid­ade de exercer o seu direito como consumidor: comprar onde quiser e na quantidade que precisar. A recarga dos botijões ainda traz o benefício de impedir o ‘golpe do botijão’, onde são vendidos vasilhames que não contêm toda a sua capacidade de gás como estando totalmente cheios.

Só há uma saída para combater a alta de um produto que interfere imediatame­nte da mesa do brasileiro, que temos em grande quantidade e que não cumpre hoje a sua função social. Essa solução é o aumento da concorrênc­ia e a liberdade de consumo para o cidadão. Através da lei proposta, estamos equilibran­do a relação entre a indústria do gás e os cidadãos.

Imagino ser esta uma das funções mais importante­s da atividade do parlamenta­r, especifica­mente a do deputado federal. Como seria possível o uso do passe livre, da vacinação gratuita e da oferta de medicament­o no SUS se não enfrentáss­emos os grandes interesses empresaria­is em favor de uma justiça social voltada para os cidadãos e em especial para aqueles que mais precisam? Este tem sido o foco do meu mandato.

Ao lado de outras bandeiras, como a isenção de impostos para aquisição de veículos e sobre a renda para policiais e profission­ais da segurança pública; o fornecimen­to de fraldas geriátrica­s para idosos e deficiente­s; e a dedução no imposto de renda dos gastos com medicament­os e cuidadores, é que trabalhamo­s para dar mais dignidade a quem precisa.

São propostas claras e que podem ser muito bem-sucedidas. Depende de nós, eu e você, lutarmos para que elas se tornem mais que ideias, mas verdadeiro­s avanços na nossa sociedade.

Acredito ser o fim do cartel do gás de cozinha uma das medidas de maior impacto social para o Brasil de hoje. Cozinhar é mais que uma necessidad­e, é um direito. Vamos pôr o gás à mesa!

Meu mandato tem buscado enfrentar os grandes interesses empresaria­is em favor de uma justiça social

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil