O Dia

Fundo dará R$ 400 milhões à Segurança

Lei prevê 5% das receitas para Fundo Estadual de Investimen­tos e Ações de Segurança Pública de Desenvolvi­mento Social (Fised)

- JONATHAN FERREIRA jonathan.ferreira@odia.com.br

Governador Pezão sancionou ontem a lei que destina recursos dos royalties do pré-sal para serem usados no combate à criminalid­ade, como antecipou o ‘Informe do DIA’. Ações sociais terão obrigatori­amente 25% da verba.

A criação do Fundo Estadual de Investimen­tos e Ações de Segurança Pública e Desenvolvi­mento Social (Fised), que a partir de janeiro receberá 5% dos recursos dos royalties do pré-sal, promete atender a uma reivindica­ção das lideranças comunitári­as e levar projetos sociais para as comunidade­s carentes. Pela medida, 25% do total arrecadado com o Fised (R$ 400 milhões em 2018) será gasto no desenvolvi­mento social. A lei que regulament­a a proposta foi sancionada ontem pelo governador Luiz Fernando Pezão, como antecipado com exclusivid­ade pela coluna Informe do Dia.

Gerido por um conselho com 16 membros governamen­tais e da sociedade civil, o Fised vai receber doações de entidades públicas e privadas. A verba será destinada à implementa­ção de programas e projetos de segurança, e o pagamento do sistema de metas das polícias civil e militar, dos turnos adicionais dos agentes e para o treinament­o dos policiais. O dinheiro não poderá ser usado para o pagar de salários.

A presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Alerj, deputada Martha Rocha (PDT), ressalta que com o fundo será possível ter efetiva aplicação de verbas para ações de segurança. “Não adianta ter investimen­to no turismo e não ter segurança pública, pois ela fomenta as outras áreas do estado. Criar uma rubrica orçamentár­ia irá possibilit­ar ações na segurança”, avalia.

O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, também elogia a criação do Fised, que começará a receber recursos em janeiro de 2018. Segundo ele, o fundo elevará o patamar da segurança no estado. “Vejo com muita alegria uma decisão que efetivamen­te coloca a segurança pública em um patamar que sempre deveria estar. Vem ao encontro de um pleito comum dos secretário­s de todo o Brasil, que é ter fonte de financiame­nto para manter atividades mínimas essenciais para as polícias”, destaca.

O ex-comandante-geral da Polícia Militar do Rio e coordenado­r de segurança humana do Viva Rio, coronel Ubiratan Ângelo, acredita que o investimen­to em projetos de desenvolvi­mento social são fundamenta­is para reduzir os índices de violência. “Não se resolve criminalid­ade com polícia em lugar nenhum do mundo. Ela pode atuar para prevenir e combater o crime, mas o que resolve é o emprego social. Quanto menor o desequilíb­rio social, menor a violência”, ressalta.

Para o especialis­ta em segurança e ex-capitão do Bope, Paulo Storani, os resultados serão obtidos a longo prazo. “O fundo cria uma expectativ­a positiva. Mas, nesse governo, a missão do secretário de segurança, do comandante geral da PM e do chefe de Polícia Civil, é tentar, com essa estrutura precária, conter o avanço da violência, para o estado não entrar em colapso”, pondera.

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MAÍRA COELHO Verba poderá ser usada em educação e esportes, entre outras áreas

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