Jovens mortos em chacina são enterrados
Vítimas de um ataque a tiros no bairro Vale do Ipê, em Belford Roxo, na noite de quinta-feira, André Phelipe Ferreira de Almeida, de 21 anos, e Iago Gomes de Paula, 25, foram sepultados, na tarde de ontem, no cemitério municipal da cidade. Ezequiel da Silva Cavalcante, 14, e Diogo Caeira Vasconcelos, 13, também foram mortos na ação. Já Matheus Lacerda, baleado na nuca, continuava internado em estado grave, até a noite de ontem, no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes.
Segundo a Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), homens pas- saram atirando de dentro de um carro pelo local em que as vítimas estavam, por volta de 22h. A principal linha de investigação aponta para uma disputa entre traficantes e milicianos da região. Questionada, a assessoria de imprensa da Polícia Civil não informou se os jovens tinham antecedentes criminais.
Ontem, enquanto aguardava a liberação do corpo de Iago no IML de Nova Iguaçu, Max Paula dos Santos, de 32 anos, contou que o irmão foi baleado no tórax e no crânio. As informações constavam no atestado de óbito. “Agora vou entregar este papel à minha mãe e dar um abraço apertado nela. É o que nos resta. O caixão está fechado e nunca mais vamos vê-lo”, desabafou.
Segundo Max, Iago foi assassinado a poucos metros do bar em que trabalhava e também dormia. “Ele já foi camelô no ônibus e no trem e gostava de trabalhar com vendas. Como vai ser amanhã quando os sobrinhos dele forem ao bar pedir bala e salgadinho?”, disse o irmão da vítima.
De acordo com o relato de parentes à polícia, Iago estava sozinho e foi atingido pelo mesmo bando que, momentos antes, havia baleado André, Ezequiel, Diogo e Matheus. Pai de André Phelipe, o camelô Hilton Mendes de Almeida, de 47 anos, contou que o filho trabalhava como segurança de um clube do bairro e que tinha o objetivo de terminar o Ensino Médio e prestar prova para o Corpo de Bombeiros, onde pretendia atuar como enfermeiro da corporação, como o tio.