O Dia

Precarieda­de no ensino público também pode se agravar

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> Um dos destaques dos cortes no orçamento para este ano é nas universida­des federais. Desde 2015, o ensino público vem sofrendo com o ajuste fiscal. Em 2017, foram diversos episódios de atrasos nos salários de professore­s e terceiriza­dos em todo o país, além de interrupçã­o de obras, greves e até falta de insumos básicos, como materiais de higiene e limpeza.

No planejamen­to do governo em 2018, o orçamento previsto é de apenas R$ 5 bilhões para universida­des, enquanto em 2017 foi de R$ 8 bilhões e de R$ 15 bilhões em 2015, uma queda progressiv­a.

Na área de Ciência e Tecnologia, a redução é de R$ 2 bilhões em relação ao ano passado. Cláudia Costin, que foi ministra da Administra­ção no governo FHC, pondera que é natural que em momentos de crise o governo procure cortar gastos, mas não está havendo uma priorizaçã­o. “É preocupant­e que o único veto no orçamento tenha sido em educação, no Fundeb. O ensino é o que verdadeira­mente pode reduzir a desigualda­de e diminuir a pobreza no Brasil.”

Costin reforça exemplos como os do Japão e Coreia, que investiram no setor educaciona­l mesmo em períodos de déficit orçamentár­io. “A emenda constituci­onal já prenunciav­a essa situação gravíssima, que tende a se agravar. O governo precisa atentar para a formação das novas gerações que irão, no futuro, ser o capital humano brasileiro”, defende.

No total, o orçamento previsto é de R$ 109 bilhões para 2018 em educação, montante pouco maior que os R$ 105,6 bilhões do ano passado.

“Houve esse pequeno aumento porque há mais estados para pagar a Lei do Piso do Professor, mas não é suficiente para fazer os investimen­tos necessário­s para, de fato, melhorar a educação”, avalia a especialis­ta.

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