O Dia

BOLA PRETA ENTRE A CRISE E A FOLIA

Bloco centenário do Rio tem dívidas milionária­s e trava disputa até com policiais, que reivindica­m atual sede

- WILSON AQUINO wilson.aquino@odia.com.br

O mais tradiciona­l bloco do Carnaval do Rio chega aos 100 anos com corpinho de 20, mas com problemas que podem afetar sua animação, entre elas uma briga de sócios e a organizaçã­o que faz a gestão do grupo.

OCordão da Bola Preta chega ao centésimo desfile de sua história amarrado a uma crise de identidade. Desde que perdeu a sede própria, na Cinelândia, em 2008, o mais tradiciona­l bloco da cidade vem sendo gerido pela Organizaçã­o da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), o Centro Cultural Cordão da Bola Preta. No entanto, sócios-proprietár­ios do Clube Cordão da Bola Preta acusam o Centro de ficar com a parte boa da instituiçã­o, que é o controle da marca e a organizaçã­o do desfile, enquanto dívidas milionária­s consomem o que resta de patrimônio do Bola original, como salas comerciais e uma sede campestre, na Região Serrana.

Somente ao Condomínio do Edifício Municipal, onde ficava a sede, o Bola Preta deve cerca de R$ 4 milhões. Além dos problemas com os antigos sócios, o Centro Cultural também enfrenta uma disputa com a polícia. O atual espaço ocupado pelo Bola, na Rua da Relação, é reivindica­do pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol). Segundo o presidente Fernando Bandeira, a entidade gastou cerca de R$ 500 mil para reformar o imóvel, que estava abandonado e caindo as pedaços, para depois o exgovernad­or Sérgio Cabral “tomar” e entregar ao atual Bola Preta. “Desalojara­m a gente na maior covardia. O espaço pertence à RioTrilhos e nos foi cedido em regime de comodato pela ex-governador­a Rosinha (Garotinho)”, explicou Bandeira, que prossegue: “Aí assumiu o Cabral e no primeiro ano deu esse golpe na família policial”.

O DIA procurou o Centro Cultural Cordão da Bola Preta, mas assessoria de imprensa informo que o presidente Pedro Ernest não ia atender a reportagem.

CEM ANOS

Apesar das crises internas e exte nas, o Cordão da Bola Preta resi te. Isso porque, muito além de s o mais tradiciona­l bloco de emba da cidade, o Bol professor de Ciê Estácio de Sá, o tur Nunes Gom capacidade extr ria do povo cario DIVULGAÇÃO ca de fazer festa celebrar a uniã e, principalm­ent combater de for lúdica as desigu dades e proble sociais”. E uma versões para a fu ção do bloco, em dezembro de 191 justamente um p ma social. É que le ano, o chefe d cia baixou uma p ameaçando pre foliões e cassar a dos cordões e gr perturbass­em a o blica. Alvaro Go a, o Kveirinha, conhecido folião poca, resolveu desafiar a políJuntou os amigos e alugou a e do Clube dos Políticos, na Rua asseio, onde inaugurou o Corcom um ‘maxixético e rebola’ baile. A princípio, o grupo se maria ‘Só se bebe água’. Mas a ão de uma linda foliã usando misa branca com bolas pretas dou o destino do bloco. Embalado pelo ressurgime­nto s blocos de rua, o Cordão da la Preta tem arrastado mulões em seus desfiles, que são alizados no sábado de Carnaal, com a presença de foliões nônimos e até personalid­ades, omo Tia Surica.

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ARQUIVO PESSOAL ALEXANDRE BRUM Uniforme de bolas pretas dos foliões é item indispensá­vel nos desfiles Tia Surica, baluarte da Portela, é presença confirmada no bloco No cortejo, outros grupos fantasiado­s ganham destaque no Bola
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