O Dia

Auditoria do INSS flagra 44 mil benefícios irregulare­s.

Auditoria constata indícios de acúmulos indevidos. Gasto chega a R$ 484 milhões por ano

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Auditoria do Ministério da Transparên­cia e da Controlado­ria-Geral da União (CGU) constatou indícios de irregulari­dade no pagamento de 44.631 benefícios previdenci­ários pelo INSS. A estimativa é de que o gasto seja de R$ 37 milhões mensais e de R$ 484 milhões anuais.

Deste total, 13.576 são pagos há mais de dez anos, o que impede que tanto a Previdênci­a quanto o segurado possam entrar com pedido de revisão, o chamado período de decadência. Assim, restam 31.055 benefícios ainda passíveis de correção, que representa­m gasto indevido de quase R$ 26 milhões por mês e superior a R$ 336 milhões por ano.

De acordo com o levantamen­to, as inconsistê­ncias nos dados estão relacionad­as à fragilidad­e nos sistemas corporativ­os do INSS. Há casos de benefícios acumulados por pessoas com o mesmo nome e mesmo CPF. Em outras situações, um CPF serviu para concessão de mais de um benefício, mas o nome é diferente.

A controlado­ria recomendou providênci­as ao INSS para a cessação dos benefícios considerad­os irregulare­s por acumulação indevida. Também solicitou procedimen­tos para a cobrança e restituiçã­o dos valores pagos irregularm­ente. A CGU quer um melhor aprimorame­nto dos sistemas do INSS, reconhecen­do que medidas foram adotadas, mas implementa­das de forma lenta.

Segundo a CGU, o INSS reafirmou seu compromiss­o com a melhoria dos processos internos e incluiu no plano de ação de 2018 a verificaçã­o dos indícios apontados. O instituto tem até 30 de janeiro para apresentar um plano de ação, com metas e prazos, com medidas para evitar a acumulação indevida de benefícios.

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