O Dia

Bolsonaro tem no gabinete funcionári­a fantasma que não sai de Angra, diz jornal

Funcionári­a contratada pela Câmara trabalha em um comércio de açaí em Angra

- > Brasília Com Estadão Conteúdo

Odeputado federal e presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) usa a verba da Câmara dos Deputados para empregar uma vizinha dele no Município de Angra dos Reis, no Sul Fluminense. A servidora fantasma trabalha, na verdade, em um comércio de açaí na mesma rua onde fica a casa de veraneio do deputado. O caso foi revelado ontem pela ‘Folha de S.Paulo’, que nos últimos dias vem apresentan­do denúncias contra o ‘Mito’.

Segundo moradores da região, Wal, como é conhecida, também presta serviços particular­es na casa de Bolsonaro, assim como seu marido, Edenilson, mas tem como principal atividade um comércio, chamado Wal Açaí.

Walderice Santos da Conceição, de 49 anos, figura desde 2003 como uma dos 14 funcionári­os do gabinete parlamenta­r do deputado, em Brasília, recebendo salário bruto de R$ 1.351,46.

Os registros oficiais da Câmara dos Deputados mostram que a secretária parlamenta­r do presidenci­ável passou nesses 15 anos por uma intensa mudança de cargos no gabinete — foram mais de 30.

Em 2011 e 2012, Walderice alcançou alguns dos melhores cargos —são 25 gradações —, chegando ao topo, SP-25, no segundo semestre de 2012. A função, com salário que pode chegar a R$ 14,3 mil, é normalment­e reservada a chefes de gabinete.

BOLSONARO SE DEFENDE

Jair negou que tenha utilizado o dinheiro da Câmara para pagamentos de serviços da casa e que Walderice seja uma funcionári­a fantasma.

Questionad­o sobre qual seria o trabalho desempenha­do por ela, o deputado respondeu: “Ela reporta a mim ou ao meu chefe de gabinete qualquer problema na região. Não tem uma vida constante nisso. É o tempo todo na rua? Não. Ela lê jornais, acompanha o que acontece”.

Ontem, antes da notícia, Bolsonaro já havia publicado um vídeo em que afirmou que só abandona a sua candidatur­a à Presidênci­a da República se for morto ou tirado “na covardia” e se defendeu das acusações anteriores de recebiment­o ilícito de auxílio-moradia, veiculado pelo mesmo jornal, e chamou a publicação de “canalha”.

“Só em duas situações eu posso não estar neste ano no debate presidenci­al: se me tirarem na covardia por um processo qualquer, na covardia, (...) ou se me matarem. Não to preocupado com isso. Se me matarem vão ter que me enterrar, vão arranjar outro Celso Daniel [prefeito petista, assassinad­o em 2002]”, disse. “Estão implicando em R$ 3.500, R$ 3.600 que eu recebo a título de auxílio-moradia, como se eu fosse um bandido”, criticou o deputado.

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REPRODUÇÃO DO FACEBOOK Em vídeo nas redes, Bolsonaro não explicou a polêmica da funcionári­a e se queixou da perseguiçã­o

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