O Dia

IML de Caxias troca corpos, e família de jovem enterrado errado quer novo sepultamen­to

Jovem de 22 anos foi enterrado por engano, no último sábado, no bairro Taquara

- ALINE CAVALCANTE aline.cavalcante@odia.com.br

Parentes do jovem Laércio Soares de Brito Ezequiel, 22, estão vivendo um drama. O corpo do jovem, que morreu na última quinta-feira, em decorrênci­a de uma embolia pulmonar, foi trocado no IML de Duque de Caxias. O rapaz foi enterrado por outra família, no sábado, na Taquara, na mesma cidade.

No dia 10 de janeiro, Laércio sofreu um acidente de moto, foi socorrido e levado para o Hospital de Saracuruna, onde passou por uma cirurgia de fêmur. O jovem passava bem, mas depois de permanecer uma semana internado acabou morrendo. O corpo foi encaminhad­o para o IML de Caxias e de lá foi mandando por engano para a família de um homem identifica­do apenas como Aluízio.

“Pediram para eu reconhecer o corpo do meu filho já no cemitério antes do velório, mas estranhei quando passou muito do horário que

eles combinaram comigo. Foi então que funcionári­os do cemitério entraram em contato com o IML e fomos informados que o corpo já havia sido retirado e enterrado por outra família na Taquara. Foi um choque”, conta o pai, Laercio Gomes.

Revoltada, a família quer que a situação seja resolvida. “Isso é muito grave. Fora a dor

de perder o meu irmão, uma pessoa maravilhos­a, ainda temos que passar por mais este sofrimento”, desabafou Elaine Cristina Ezequiel, 41.

Agora, parentes do jovem, considerad­o alegre, trabalhado­r e sonhador, só querem poder enterrá-lo. “Meu irmão era uma criança grande, o meu bebê, a melhor pessoa do mundo. Só quero poder enterrar ele, só isso”, afirma Elaine.

Para os familiares de Laércio, o funcionári­o responsáve­l pela troca admitiu o erro e pediu para que a situação fosse resolvida sem o registro de ocorrência. A família não aceitou e registrou o caso na 59ª DP.

Em nota, a Polícia Civil informou que a família que enterrou o jovem Laércio reconheceu equivocada­mente o cadáver. A nota diz ainda que o servidor do IML de Caxias percebeu o erro e, de imediato, entrou em contato com a família informando o equívoco, pois o corpo do homem identifica­do apenas como Aluízio continuava no IML.

O caso será investigad­o, incluindo as condições precárias do IML denunciada­s pelos familiares. Os parentes envolvidos no caso já foram ouvidos e hoje o funcionári­o do IML de Caxias prestará depoimento. Só após todas as provas coletadas será feita a exumação do cadáver.

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ALINE CAVALCANTE Parentes do jovem, Laércio e Elaine, em busca de um enterro digno

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