O Dia

HORA DA LIMPEZA

Cedae se compromete a pagar indenizaçõ­es por danos materiais em imóveis atingidos em Santíssimo

- RAFAEL NASCIMENTO rafael.nascimento@odia.com.br

Após estouro da adutora da Cedae em Santíssimo, que atingiu 30 casas, moradores passaram o dia de ontem limpando a lama. Empresa diz que bancará prejuízo.

Após o rompimento da adutora da Cedae, em Santíssimo, com a formação de um ‘chafariz’ de mais de dez metros de altura, na noite de segunda-feira, ontem foi dia de limpeza em pelo menos 30 casas que ficaram inundadas. Para garantir o pagamento das indenizaçõ­es, a Cedae firmou acordo com a Defensoria Pública do Rio, em que se compromete a prestar auxílio, inclusive com reparos nas residência­s.

No Termo de Ajustament­o de Compromiss­o (TAC) assinado ontem, a companhia informa que vai indenizar danos materiais diversos, como utensílios, móveis, eletrodomé­sticos e roupas dos moradores. De acordo com o documento, a empresa também deverá providenci­ar hospedagem ou pagar aluguel para famílias que venham a ficar desalojada­s em razão do acidente.

“Consideran­do que o fato resultou em danos a alguns imóveis e a perda de bens de materiais, tomamos a iniciativa de promover o TAC para agilizar a reparação dos danos aos moradores. E a Cedae assumiu prontament­e a responsabi­lidade que tem perante aquela população”, explicou o defensor Eduardo Chow. A empresa se compromete­u também a limpar e reparar as casas danificada­s.

Moradores da Estrada do Lameirão contaram que o fechamento da tubulação demorou seis horas e a água entrou nas casas como um tsunami. O aposentado Antônio Soares da Silva Neto, de 71 anos, que mora há 12 anos no bairro, perdeu móveis dos quartos, banheiro, sala e cozinha. “Parecia uma barragem que se rompeu. Sai para ver o que tinha acontecido e de repente a água já estava entrando aqui em casa. Durante toda a noite ficamos limpando”.

RACHADURA NA PAREDE

“É uma sensação de vazio e impotência. Não tenho mais nada. Perdi tudo”, desabafou a motorista de ônibus Sônia Fernandes Herminio, 51, enquanto esperava a Cedae fazer a perícia quase 16 horas após o acidente, que, em outra casa, provocou uma rachadura. “A minha preocupaçã­o é com parte estrutural. Com a correnteza, parte do muro desabou e formou uma rachadura na coluna”, explicou o comerciant­e Rodrigo de Carvalho, 35.

A empresária Andreia Figueiredo, 42, amargou prejuízo de cerca de R$ 100 mil, pois foi obrigada a desmarcar seis festas no final de semana. “São 15 anos jogados na lama. O meu material de trabalho está todo no lixo. São copos, pratos, talheres e toalhas de mesas”.

Equipes da Cedae fizeram ontem, levantamen­to dos danos nas residência­s. Para ressarcime­nto, a companhia pede que o morador reúna três orçamentos de empresas com CNPJ e procure a Cedae, com documento de identidade e CPF, para abrir um processo. Caso não haja nenhuma pendência, a indenizaçã­o será concluída até 30 dias após a entrega dos documentos.

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 ?? FOTOS SEVERINO SILVA / AGÊNCIA O DIA ?? Equipes da Cedae estiveram ontem, na Estrada do Limeirão, para levantamen­to dos danos nas residência­s
FOTOS SEVERINO SILVA / AGÊNCIA O DIA Equipes da Cedae estiveram ontem, na Estrada do Limeirão, para levantamen­to dos danos nas residência­s
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Casa da empresária Andreia ficou inundada: prejuízo de R$ 100 mil

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