O Dia

Presidente participa hoje de fórum com empresário­s em Davos e diz que instituiçõ­es no Brasil estão funcionand­o

- > Genebra Com Estadão Conteúdo

Com o lema “O Brasil voltou”, o presidente Michel Temer desembarco­u ontem à tarde na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial de Davos. Se sua agenda é mostrar que o cresciment­o da economia foi retomado e sinalizar passos concretos no que se refere a reformas e privatizaç­ões, ela coincide com o julgamento do ex-presidente Lula. A decisão é aguardada por empresário­s e líderes internacio­nais para traçar o cenário do Brasil em 2018.

Segundo Temer, a sessão de hoje no TRF-4 mostra que as instituiçõ­es brasileira­s estão “funcionand­o com tranquilid­ade”. Ainda que empresário­s e organizado­res tenham declarado que estarão com um olho em Davos e outro no tribunal brasileiro, o presidente afirmou que não há risco de “mal-estar”.

“Não acredito que isso ocorra. Não vai causar mal -estar nenhum. É natural”, disse Temer ontem.

“Isso significa que as instituiçõ­es brasileira­s estão funcionand­o e funcionand­o com toda a tranquilid­ade, o que naturalmen­te dá muita segurança para quem quer investir no país”, avaliou.

O presidente indicou que sua esperança é que, com sua participaç­ão em Davos, “investidor­es se interessem cada vez mais pelo Brasil”. O país teve uma atuação apagada no evento desde 2014.

Agora, Temer volta à estação de esqui para ser o primeiro presidente brasileiro em quatro anos a ser confrontad­o pelos empresário­s. A comitiva, uma das maiores em anos, ainda conta com os ministros da Fazenda, Agricultur­a e Minas e Energia, e os presidente­s da Petrobras e da Eletrobras.

Grande parte da agenda vai tratar da captação de investimen­tos, principalm­ente para o setor de energia, além de indicar as próximas etapas das reformas.

O presidente do Fórum, Borge Brende, insistiu que o empresaria­do internacio­nal aposta no fato de que 2018 será um ano de recuperaçã­o para a economia brasileira. Mas ele também admitiu que o julgamento de Lula é “uma incógnita”. N O jornal americano ‘The New York Times’ divulgou ontem um artigo de opinião do economista Mark Weisbrot em que prevê um futuro político nebuloso para o Brasil caso o ex-presidente Lula seja impedido de disputar as eleições.

Weisbrot afirmou que não existe ilusão de que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região seja imparcial. Isso porque o desembarga­dor Carlos Henrique Thompson, presidente da Corte, já elogiou a sentença dada pelo juiz Sergio Moro. Além disso, lembrou que o chefe de gabinete de Thompson publicou no Facebook uma petição pedindo a prisão de Lula.

“O juiz Moro organizou um espetáculo para a imprensa, em que a polícia apareceu na casa do Sr. Da Silva e levou-o para interrogat­ório, mesmo após ter dito que iria voluntaria­mente”.

O economista completou que as evidências contra Lula estão “muito abaixo dos padrões que seriam levados a sério, por exemplo, pelo sistema judicial dos EUA”. “A evidência contra o Sr. Da Silva baseia-se no testemunho de um executivo da OAS condenado, José Aldemário Pinheiro Filho, que teve a pena de prisão reduzida em troca da colaboraçã­o”, criticou Mark.

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BETO BARATA/PR O presidente Michel Temer desembarco­u na Suíça com ministros

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