MPF pede leilão de bens de Cabral
Órgão quer urgência no pregão da casa de luxo em Mangaratiba
O Ministério Público Federal no Rio (MPF) pediu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) que seja feito, em caráter de urgência, o leilão de bens bloqueados do ex-governador Sérgio Cabral e de sua mulher, Adriana Ancelmo, incluindo a mansão de Mangaratiba, na Costa Verde. Ontem, a Justiça negou a volta de Cabral à prisão no Rio.
A argumentação do MPF é que o imóvel do casal em Mangaratiba e os outros bens, como lancha e carros, estão se deteriorando e, por isso, se torna necessária uma resolução rápida, com o julgamento dos recursos no curto prazo. O pedido foi enviado ao desembargador federal Abel Gomes, relator dos processos da força-tarefa da Lava Jato no Rio.
SUSPENSÃO EM 2017
Em setembro, o TRF suspendeu o leilão até que os recursos da defesa fossem julgados. A decisão foi tomada após a advogados de Cabral argumentarem que os leiloeiros encarregados de fazer o procedimento estariam em situação irregular. Além da casa de Mangaratiba, estão entre os bens para serem leiloados uma lancha, três automóveis e um jet ski, que foram avaliados em mais de R$ 12,5 milhões. Até a noite de ontem, a defesa do exgovernador ainda não tinha se manifestado sobre o novo pedido do MPF.
Condenado a 87 anos de prisão por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Sérgio Cabral foi transferido do Rio para o Paraná no dia 18, por conta de regalias— como comidas finas e a tentativa de montar uma sala de cinema doada de forma irregular— encontradas na cadeia do Rio, apontadas pelo Ministério Público.
Advogados do ex-governador alegaram cerceamento de defesa e a dificuldade da família para visitá-lo após a transferência para o Complexo Médico Penal, em Pinhais. Sustentaram ainda que as audiências ficarão mais difíceis, mencionando o fato de haver mais processos no Rio do que no Paraná, mas a Justiça acabou negando o retorno de Cabral.