O Dia

MITOS E VERDADES DA ressaca

Carnaval é hora de extravasar, mas o excesso de bebida tem aquele resultado desagradáv­el. Veja dicas sobre o que funciona para sair dela

- Do estagiário Gabriel Thomáz sob supervisão de Angélica Fernandes

Não são apenas as histórias divertidas que ficarão na memória do folião quando o Carnaval acabar. Dores de cabeça, enjoo e falta de apetite são outros ingredient­es que acabam aparecendo no período pósfolia de quem exagerou na bebida. Para combater a ressaca, receitas populares, como ingerir azeite antes de beber ou até fazer sauna no dia seguinte às festas são seguidas a risca. Mas afinal, elas são eficazes? Segundo o coordenado­r da Unidade de Internação do Hospital Vitória, Gabriel Treiger, muitas dessas medidas não passam de uma fantasia.

“A ingestão de azeite ou leite antes de beber apenas reduz um pouco a velocidade de absorção do álcool pelo organismo, bem como os efeitos irritativo­s diretos na mucosa do estômago. Já o uso da sauna não é indicado por causa da desidrataç­ão. Uma dica interessan­te é o café, que pode colaborar para acabar com dores de cabeça no dia seguinte à bebedeira por atuar justamente no sistema nervoso central”, explicou o médico.

Outro mito relacionad­o à ressaca é que a mistura de diferentes tipos de bebidas é diretament­e responsáve­l pelo agravament­o do mal -estar: os sintomas do dia seguinte estão relacionad­os apenas ao volume de álcool ingerido. Exercícios físicos também devem ser evitados, pois podem causar náuseas e vômito. Já os doces - principalm­ente os com açúcar natural, como mel e goiabada - são bem-vindos para quem está indisposto. Eles ajudam a equilibrar a quantidade de açúcar no sangue.

Para evitar problemas no dia seguinte, é essencial que o folião beba bastante água e evite o consumo excessivo de álcool. Segundo a gerente médica da GSK Brasil, Ana Santoro, uma dieta com alimentos leves também é importante para amenizar os efeitos da bebida.

“A bebida alcoólica desidrata, por isso é importante estar sempre tomando água, seja ela mineral ou de coco. Não aconselho ingerir água com limão pela acidez das frutas cítricas. Outro ponto importante é que não se deve beber com o estômago vazio para que a absorção do álcool não aconteça tão rápido. Quem vai beber deve sempre se alimentar com comidas leves e pouco gordurosas, como frutas e verduras”, esclareceu a médica Ana Santoro.

Em caso de perda de consciênci­a, dor abdominal intensa (podendo apresentar reflexo nas costas), palpitação, desmaios ou impossibil­idade de ingerir líquidos, a pessoa deve ser levada imediatame­nte para o hospital. A mistura de álcool com energético é outro costume que deve ser evitado segundo o médico Gabriel Treiger.

“O energético é excitante e aumenta a tolerância ao álcool, fazendo com que o consumo dessa substância seja ainda maior. Além disso, essas bebidas aumentam a incidência de arritmias, que podem ser fatais”, advertiu Gabriel.

Os efeitos do excesso de álcool no organismo também podem ser notados a longo prazo na pele e até no cabelo. De acordo com a médi- ca Betina Stefanello, assessora do departamen­to de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatolog­ia, bebidas alcoólicas geram uma maior oleosidade no couro cabeludo.

“O exagero no consumo de álcool produz caspas e reduz o brilho de fios tornando-os quebradiço­s e ressecados. Já na pele, o efeito a longo prazo é um envelhecim­ento precoce pela produção de radicais livres”.

A bebida alcoólica desidrata, por isso é importante estar sempre tomando água, seja mineral ou de coco ANA SANTORO, gerente médica GSK Brasil

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil