O Dia

As gafes dos carnavais da Globo

Apresentad­ores e repórteres lembram momentos divertidos durante a cobertura dos desfiles na Sapucaí

- GABRIEL SOBREIRA gabriel.sobreira@odia.com.br

Hoje e amanhã, Fátima Bernardes e Alex Escobar comandam pela Globo a transmissã­o dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio. Mas como Carnaval é tempo de irreverênc­ia e surpresas, os apresentad­ores e repórteres do canal contam suas histórias curiosas durante seus ofícios na folia.

“Já me aconteceu de estar ao lado de um componente, mas até chegar a hora de entrar no ar, ele segue com a escola e fico sem o entrevista­do. Ou de conseguir uma história curiosa para contar, mas quando o componente se misturou na ala e todos com a mesma fantasia, não consegui mais encontrá-lo. Mas a informalid­ade do Carnaval ajuda a gente a se virar nessas horas”, conta Fátima Bernardes.

Alex Escobar também já passou por situações divertidas. “Fui mostrar a bateria da Unidos de Padre Miguel e o puxador, o Marquinhos Art’Samba, que hoje está na Império Serrano, me puxou e deu um abraço, e deu um beijo estalado na bochecha. Meus amigos brincaram muito com isso. Falavam: ‘E ainda ganhou um beijão do Marquinhos’ ”, diverte-se Escobar.

Ari Peixoto, repórter que vai cobrir o Grupo Especial, tem 25 anos de Marquês de Sapucaí. “Meu primeiro Carnaval, em 1983, como repórter da Rádio Tupi, foi o último com as arquibanca­das desmontáve­is”, conta ele. Peixoto este ano estará em um postochave da cobertura, com uma câmera ao vivo, na concentraç­ão, logo depois da armação.

“Ali é onde as escolas entram já incendiand­o o Carnaval e com a maior expectativ­a. É um lugar ótimo, de que gos- to muito, e onde a gente precisa estar atento ao que acontece ao redor”, diz ele, que também já cobriu do Setor 1. O jornalista conta que essa arquibanca­da tem um fato curioso. “A paixão ali é pelo samba, é pelo desfile. Além disso, as pessoas levam pastel, biscoito, empada, sanduíches de tudo o que você pode imaginar e fazem questão de dividir com a equipe, principalm­ente com o repórter. E, para não ser indelicado com elas, eu aceito, sempre, né? Para compensar a comilança, a gente sobe e desce as arquibanca­das. Quer dizer, come muito, mas também faz exercício. Faz parte”, revela.

Outro que também cobre o Carnaval há 35 anos é o repórter André Luiz Azevedo. Este ano, ele estará na armação tanto hoje quanto amanhã. “Tem uns casos interessan­tes. Gafes, respostas curiosas, me lembro de algumas coisas. Fico ali na região da bateria, armação, onde há muito barulho e é difícil ouvir o que a pessoa fala e é difícil a pessoa ouvir o que a gente fala. Então, a gente faz uma pergunta mais ou menos que seja óbvia ou combinada, e a pessoa responde e é mais ou menos uma combinação. Mas, às vezes, isso não funciona”, diz.

Azevedo lembra que, ainda no começo dos anos 1980, ia entrar no ar para falar sobre o hábito das pessoas invadirem a pista de desfile. Foi quando o produtor dele na época, Manoel Alves, apontou uma mulher que não tinha credencial, uniforme de empresa de trabalho e nem estava desfilando. “Eu estava ao vivo. Cheguei perto dela e fazendo entrevista: ‘Você está trabalhand­o?’. Ela: ‘Não’. Aí falei: ‘Está desfilando?’. Ela: ‘Não’. Eu disse: ‘Você tem credencial?’. Ela: ‘Não’. Então perguntei: ‘Como é que você entrou aqui?’. Aí ela me desconsert­ou porque falou: ‘Eu entrei aqui porque meu primo é da Globo’. Foi uma gargalhada geral. E na época o narrador era o Fernando Vanucci. Ele se saiu muito bem e falou: ‘Ah, ter primo na Globo é a melhor coisa do mundo’ ”.

Há 20 anos cobrindo o Car- naval, Lília Teles cobre a avenida mostrando os detalhes da escola, no momento em que as câmeras da transmissã­o não pegam. “Fico no meio da pista correndo para lá e para cá. Faço não sei quantas avenidas daquela ao longo da noite no meu turno”, brinca ela, que afirma ter fama de ser pé quente. “Sim, para as escolas para onde eu vou no dia da apuração. É uma coisa que é impression­ante. Eu já perdi as contas de quantas escolas ganharam eu estando lá. Eu vou para a escola e dizem: ‘Ih, a Lília foi? Pode ter certeza que ganha!’. É impression­ante. Ano passado, por exemplo, a Portela que tinha 30 anos que não ganhava, eu cobri a Portela e ela foi campeã”, afirma.

Mariana Gross também completa este ano sua vigésima cobertura de Carnaval (“Comecei com 19 e em abril faço 39”, diz a jornalista). Ela tem trabalhado desde sextafeira e continua hoje, amanhã e na quarta-feira de cinzas, quando apresenta a apuração. Para ter pique, Mariana se prepara descansand­o, se alimentand­o muito bem, poupando a voz e estudando os enredos. Mas também não escapa ilesa das gafes.

“Uma vez, o cinegrafis­ta deu a ideia de a gente subir no Carvalhão, foi até o último andar que ele pode alcançar, e a gente ficou muito alto e aquilo me afligiu um pouco. Fizemos um ao vivo, mas eu entrei ao vivo, sim, mas entrei agarrada na borda do Carvalhão, não conseguia nem me soltar. Também tem histórias engraçadas como entrevista­do que me oferece comida ao vivo e eu tenho que experiment­ar tudo. Sempre uma diversão cercada de muito carinho ali. A plateia e os integrante­s das escolas recebem nossa equipe muito bem”, comemora.

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MARÍLIA CABRAL/TV GLOBO
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MARÍLIA CABRAL/TV GLOBO
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