O Dia

DESGOVERNO DO RIO NÃO AJUDA A ECONOMIA

- gILBERTO BRAgA PONTO DE VISTA e-mail: gbraga@ibmecrj.br ▪ Professor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral

Em meio a recessão econômica dos últimos tempos (que agora começa a se dissipar) e à crise do Rio que ainda não foi solucionad­a, o Carnaval se apresenta como uma possível trégua para as mazelas financeira­s. Maior evento carioca, com hotéis lotados, cidade abarrotada de turistas e a esperança de faturament­o alto, é uma forma de minimizar a penúria da nossa economia.

Por isso, o prefeito Marcelo Crivella e o governador Luiz Fernando Pezão deveriam ser os maiores interessad­os e comandante­s do Carnaval do Rio, mas ambos viajaram e deixaram os seus postos. Em meio aos arrastões, atos de vandalismo e de violência mostrados repetidame­nte no noticiário, as autoridade­s maiores deveriam estar à frente de seus postos e colocando a cara na mídia, para dar explicaçõe­s e anunciar as medidas tomadas para a correção dos desvios.

O governador foi descansar em Piraí e o prefeito foi fazer um tour pela Europa, uma viagem a trabalho (ou seja, pago pelos cariocas), segundo explicou, para conhecer experiênci­as “inovativas” (e não “inovadoras”) na área de segurança.

Pela importânci­a do evento e pelo que representa, em todos os sentidos, do econômico ao cultural, são as datas em que ambos deveriam estar de plantão em seus gabinetes com toda a equipe de prontidão. Ambos têm o direito de descansar e viajar, mas nunca no Carnaval, que além de representa­r o período de maior movimento econômico, projeta a imagem do Rio para o resto do ano, atraindo mais ganhos para a cidade.

A maior parte das ocorrência­s negativas tem a ver com a violência, com assaltos a turistas. Segurança pública é responsabi­lidade do Estado, portanto, de Pezão. Suas funções vão muito além do esforço financeiro para tentar pagar a folha do funcionali­smo público em dia. Deixou para a PM dar explicaçõe­s para o público, o que gerou a estapafúrd­ia declaração de que os foliões não deveriam usar os celulares na folia e tirar selfies.

Já Crivella deu inúmeras demonstraç­ões de desapreço pela cidade que deveria governar. O prefeito só se manifesta por vídeos gravados, descrevend­o situações de ordem e eficiência dos serviços públicos que não condizem com o que o carioca assiste nas ruas, parece viver numa redoma diferente da realidade.

Assim não há economia que se recupere. A impressão que nossos governante­s deixam é que faltariam aos seus próprios funerais.

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MAIRA COELHO/AGENCIA O DIA
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