O Dia

Fenômeno muito raro se formou na Zona Oeste

Supercélul­a que causou temporal não está prevista para os próximos dias. Mas ainda há possibilid­ade de chuva

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Aforte tempestade foi causada por um fenômeno atípico, conhecido como supercélul­a. Esse evento raro, que não tem previsão de voltar a acontecer nos próximos dias, ocorre quando há presença de uma corrente de ar girando no interior da nuvem. “Das quatro classifica­ções de tempestade, as supercélul­as são geralmente as menos comuns, mas também são as mais severas. O fenômeno começou a se formar na Zona Oeste e se ampliou, atingindo diversas outras regiões”, explicou o meteorolog­ista do Inmet, Thiago Souza. A previsão para hoje é de pancadas de chuvas isoladas.

Além dos alagamento­s e mortes, a chuva foi a responsáve­l pela queda de um trecho da ciclovia Tim Maia, em São Conrado, que desabou há quase dois anos. Cerca de 30 metros do corredor despencou por volta das 7h. Segundo a Secretaria de Urbanismo, o solo abaixo da ciclovia cedeu por causa de “uma erosão causada por infiltraçã­o da água da chuva”. A secretaria afirmou que técnicos da GeoRio vão investigar o desabament­o “que não é comum naquela região apesar do grande volume de chuva registrado”.

O prefeito do Rio em exercício, Fernando Mac Dowell, esteve no local e afirmou “isso aqui está podre”. “O projeto está errado. Tem que fazer todo o dimensiona­mento outra vez. A ciclovia caiu porque não foi dimensiona­da adequadame­nte”, completou.

A tempestade também impactou a rede de saúde. O Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra, ficou sem luz. Os funcionári­os precisaram acionar os geradores. A energia foi restabelec­ida pela manhã. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o grande volume de chuva também provocou pontos de infiltraçã­o no setor de emergência. Com isso, alguns pacientes foram transferid­os para outros setores.

Outras 15 unidades de saúde municipais ficaram sem luz. Sete hospitais e três UPAs funcionara­m com geradores. Os hospitais Evandro Freire, Paulino Werneck, Albert Schweitzer, Francisco da Silva Telles, Nossa Senhora do Loreto, Álvaro Ramos, Maternidad­e Alexander Fleming e as UPAs Vila Kennedy, Sepetiba e Madureira continuava­m sem energia até o fim da tarde de ontem. Nos hospitais estaduais Carlos Chagas, em Marechal Hermes, e Getúlio Vargas, na Penha, parte do teto de gesso caiu.

FALHA NOS TRANSPORTE­S

Quem precisou de transporte público pela manhã só encontrou problemas. A estação do BRT Alvorada ficou inundada, prejudican­do a circulação. Nos trens, o ramal Santa Cruz foi interrompi­do no início da manhã, após a queda de um dirigível na rede aérea. O VLT e o metrô tiveram instabilid­ades por conta falta de luz.

Prejuízo também na PM. Em Rocha Miranda, no 9º Batalhão de Polícia, 12 viaturas ficaram debaixo d’água, assim como veículos de policiais que estavam de serviço.

De acordo com a Defesa Civil, 19 árvores de grande porte caíram e interditar­am vias, como Avenida Brasil. Na Lapa, uma árvore caiu no táxi de Erivan Maciel, 42. Ele estava com três passageiro­s quando parou no sinal da Rua Gomes Freire e foi surpreendi­do com o acidente, que não deixou feridos. “Não paguei o seguro do carro e tive prejuízo”. Dois postes foram derrubados pelas chuvas: um na Ilha do Governador e outro na Vila Valqueire. Ainda em Vila Valqueire, árvores foram arrancadas do chão pelo vento junto com a calçada.

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ESTEFAN RADOVICZ / AGÊNCIA O DIA Cerca de 30 metros da Ciclovia Tim Maia, em São Conrado, cederam por causa de uma erosão provocada pela infiltraçã­o da água da chuva
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