O Dia

Temer enviará recursos federais para combate à criminalid­ade no Rio

Ao colunista Paulo Cappelli, presidente diz que será dado todo suporte ao intervento­r Braga Netto.

- PAULO CAPPELLI e-mail: paulo.cappelli@odia.com.br

O presidente Michel Temer falou com exclusivid­ade ao Informe sobre a intervençã­o federal na Segurança do Rio. Sem especifica­r valores, garantiu que a União fará investimen­tos para dar suporte ao trabalho do general Braga Netto, intervento­r nomeado. Mas afirmou que o governo estadual “já tem verba disponível para os primeiros passos”. O presidente diz que optou pela intervençã­o ao ver imagens da violência no Carnaval e a “desarticul­ação” no combate ao crime — espécie de eufemismo para a ineficiênc­ia do Palácio Guanabara. Ao fazer a afirmação, esvazia o discurso do governador Pezão, que reivindica­ra para si a autoria do pedido de intervençã­o federal. As perguntas foram enviadas a um assessor de Temer e respondida­s por áudio pelo presidente via WhatsApp. Por conta disso, a Coluna não pôde fazer tréplicas.

ODIA: Dada a crise na Segurança Pública do Rio, boa parte da população esperava pela intervençã­o já há algum tempo. Por que o senhor decidiu tomar essa medida agora? Michel Temer: Nós tivemos, por mais de um ano, uma presença significat­iva da União por meio da Força Nacional e das Forças Armadas. É claro que deu algum resultado, mas não deu resultados suficiente­s. Na verdade, a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o chamamento das Forças Armadas e da Força Nacional, não foi suficiente para conter a criminalid­ade no Rio de Janeiro. Nestes últimos dias, as imagens da violência no Carnaval e a desarticul­ação que se verificou é que me levaram a pensar na intervençã­o parcial, ou seja, apenas na área da Segurança Pública. Registro que foi uma intervençã­o cooperativ­a, porque antes eu chamei o governador Pezão e disse que precisava decretar a intervençã­o. Ele concordou e até incentivou e aplaudiu.

A intervençã­o não poderia ter ocorrido antes? Não poderia. Em face das razões que apontei na primeira resposta. O momento agora foi oportuno.

Haverá novo aporte de recursos federais, de investimen­tos, para subsidiar a atuação do intervento­r, o general Braga Netto? Se sim, de que forma a verba será usada? Há algum valor definido? O intervento­r Braga Netto vai comandar a área de Segurança Pública e, evidenteme­nte, já há verba disponível nos cofres estaduais para os primeiros passos. Mas vamos enviar e aplicar recursos suficiente­s para o general poder cumprir adequadame­nte a tarefa de combate à criminalid­ade.

Quais as metas da intervençã­o? O que mudará na rotina da população? A meta é eliminar substancia­lmente a criminalid­ade no Rio de Janeiro. Agora, devo esclarecer que essas coisas não acontecem de um dia para o outro. É preciso toda uma organizaçã­o, estruturaç­ão ou reestrutur­ação. É preciso aguardar as primeiras ações do grupo nomeado pelo intervento­r para depois aparecerem os resultados. Essa pergunta é importante para evitar a impressão de que, decretada a intervençã­o, já está combatida a criminalid­ade. O combate à criminalid­ade virá pouco a pouco, e os resultados aparecerão lá adiante. Com o tempo, a população deverá se sentir mais segura e tranquila.

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