O Dia

Até quando?

- Aristótele­s Drummond Jornalista

Aimportant­e estrada BR-163, que liga Cuiabá a Santarém, responsáve­l pelo escoamento da safra de soja de Mato Grosso, volta a sua presença anual no noticiário em função do atoleiro em que se transforma com as chuvas. Cabe ao Exército a missão de rebocar carretas — quase mil, semana passada —, quando poderia ter tido verba para tocar o asfaltamen­to do trecho mais crítico. Parece que Mato Grosso e Pará não possuem bancadas no Congresso para exigir investimen­tos em obra.

No Estado do Rio, outra aberração rodoviária acontece com a indiferenç­a da ANTT diante do descalabro no trecho da BR-040, entre o Rio e Petrópolis. Além da obra de duplicação parada, há quatro meses, um buraco, em mão dupla, ocupa dois quilômetro­s de estrada com cobrança de pedágio no trecho. Ora, a estrada é a ligação do Rio com Minas, Brasília e Nordeste. O silêncio demonstra pouco caso com o contribuin­te. E a falta de protestos das bancadas, um atestado de indiferenç­a ao dever de defender o interesse público.

A falta de informação sobre datas para a solução de problemas que afetam a economia nacional desestimul­a qualquer eventual investidor. A começar pelas iniciativa­s positivas de atração de investimen­tos nos setores fundamenta­is da energia e dos transporte­s sem uma nova legislação que impeça interferên­cias indevidas do Judiciário, desmoraliz­ando a oferta de estatais ou concessões.

No Nordeste, vivemos um período de regressão na economia, especialme­nte nas pequenas e médias empresas, com dificuldad­es na contrataçã­o de mão de obra em função do Bolsa Família, que estimula o trabalho informal. E depois acusam o empregador de “trabalho escravo” e sonegação.

Para agravar tudo, essa vergonha da volta da febre amarela, depois de cem anos do trabalho notável de Oswaldo Cruz, por puro desleixo de décadas de irresponsa­bilidade na prestação de serviços públicos de saúde. E dinheiro não falta; faltam mesmo é gestão e controle. Até os planos de saúde, que protegem quase um terço da população, estão ameaçados pela demagogia dos que fazem benesses com o dinheiro dos outros.

O brasileiro neste clima tende a tudo criticar, reclamar, quando se precisa é apoiar boas iniciativa­s, como a intervençã­o na segurança do Rio, unindo governos em favor da população.

Temos todos o dever de acima de política apoiar o que é bom. Afinal, os militares, eficientes sempre em tudo que fizeram e fazem, não podem assumir todos os setores da vida nacional diretament­e.

Até quando vamos ficar perplexos?

Segundo o MP, a média nacional de resolução de homicídios no Brasil é de 5%. No Reino Unido, esse número é de 93%

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil