Empresas de Picciani na berlinda
O Ministério Público do RJ ajuizou ação civil pública contra duas empresas do presidente afastado da Alerj Jorge Picciani, por lavagem de dinheiro com a venda subfaturada de gado. O órgão acusa as empresas Agrobilara e Agrocopa por atos contra a administração pública e improbidade administrativa.
O esquema, envolvendo Jonas Lopes, consistia na compra e venda de gado subfaturado, para camuflar parte de sua evolução patrimonial desproporcional às receitas obtidas legalmente. Segundo a ação, o dinheiro das operações de gado é fruto de propinas que recebeu como conselheiro e presidente do TCE-RJ.
Lopes foi ouvido após adesão do MPRJ à delação premiada firmada entre o réu e o Ministério Público Federal. Ele, Jorge e Felipe Picciani foram denunciados criminalmente pelo MPF no final de 2017. Agora, o MPRJ pede à Justiça o afastamento dos réus de funções públicas e a indisponibilidade de R$ 10 milhões em bens. Os pedidos individualizados para a indisponibilidade de bens junto à Justiça buscam bloquear R$ 2,1 milhões da Agrobilara e R$ 1,2 milhões da Agrocopa.
De acordo com a ação, os réus estão sujeitos às penas dos artigos 9 e 12 da Lei Federal 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), que prevê as perdas dos bens adquiridos com recursos provenientes de crimes, multa civil e suspensão dos direitos políticos por até dez anos.