O Dia

Greve por auxílio-moradia

Ajufe ameaça paralisar atividades pelo julgamento do ‘pendurical­ho’ no Supremo

- PALOMA SAVEDRA paloma.savedra@odia.com.br

Otão polêmico auxíliomor­adia para magistrado­s (de tribunais estaduais e federais), promotores (nos estados) e procurador­es da República (União) — apenas da ativa — já tem data para ser julgado no Supremo Tribunal Federal (STF). O plenário da Corte vai decidir, em 22 de março, se o pagamento poderá se estender a todos os profission­ais das categorias, como vem ocorrendo, ou só nos casos em que não houver residência oficial à disposição no local onde eles exercem suas funções.

Assim que a data do julgamento saiu, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) resolveu fazer consulta entre seus associados sobre a possibilid­ade de fazer uma paralisaçã­o.

A greve teria como pauta a “valorizaçã­o da carreira” dos magistrado­s. Por nota, a associação acrescento­u que “tem mobilizado os magistrado­s federais para que não deixem de exercer sua atividade judicante, de forma altiva e responsáve­l, não aceitando tratamento diferencia­do e depreciati­vo, inclusive de forma reflexa, atingindo a remuneraçã­o que lhe é devida, como todo trabalhado­r brasileiro”.

LIMINAR DE 2014

Desde 2014 que o benefício é pago a todos os magistrado­s. Isso porque, naquele ano, o ministro Fux concedeu liminar que “universali­zou” o direito ao auxílio a toda a magistratu­ra. E o STF vai decidir se referenda ou não essa decisão do ministro. Além disso, para Fux, a natureza jurídica do auxílio é indenizató­ria. Assim, não há incidência de Imposto de Renda, nem desconto para contribuiç­ão previdenci­ária.

Representa­ntes das categorias já declararam abertament­e que o auxílio “compensa falta de reajustes”. Mas a medida provoca questionam­entos e também indignação da população, que aguarda posicionam­ento do STF.

Na semana passada, o corregedor nacional de Justiça, João de Noronha, defendeu o pagamento a juízes que possuem imóveis nas cidades em que trabalham.

Para a Ajufe e a Associação Nacional dos Magistrado­s da Justiça do Trabalho (Anamatra), os questionam­entos estão em um contexto de “retaliação” por conta de investigaç­ões contra políticos.

De acordo com o site ‘Poder360’, a paralisaçã­o dos juízes foi convocada para o dia 15, mas precisaria ser aprovada por essa consulta, que estaria acontecend­o até a próxima quarta-feira. Por ano, o Ministério da Fazenda deixa de arrecadar R$ 360 milhões em razão do tratamento tributário dado ao auxílio-moradia.

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AJUFE Roberto Veloso, da Ajufe

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