O Dia

Intervento­r: general da ativa será secretário de Segurança

Nome mais provável é do oficial Richard Nunez. Mulher foi torturada por traficante­s após operação da GLO.

- BRUNA FANTTI bruna.fantti@odia.com.br

Já está definido que o novo secretário de Segurança do Rio será um general da ativa. O intervento­r, general Braga Netto, teria indicado dois nomes para o cargo: Richard Fernandez Nunes e Laerte de Souza Santos. A decisão deverá ser anunciada em definitivo após passar pelo aval do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas.

Nunes chegou a comandar por três meses a ocupação do Exército no Complexo da Maré, intitulada Operação São Francisco. Os militares ficaram no conjunto de favelas por 14 meses, ao custo de R$ 599 milhões. A intenção da chamada força de pacificaçã­o era preparar a área para a instalação de uma unidade de Polícia Pacificado­ra, mas a resistênci­a de traficante­s e a falta de verbas mingou o objetivo do governo estadual. Desde setembro de 2016 ele está à frente na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, no Rio, que prepara oficiais superiores para o exercício de funções de Estado-Maior.

Já o general Laerte se formou oficial em 1974 e, desde então, desempenho­u funções de chefia. Outra decisão também tomada pelo intervento­r é sobre a manutenção de coronéis

Mulher foi torturada por bandidos após operação na Favela Kelson’s, na Penha, na quarta-feira

e delegados nos postos de liderança das polícias. O coronel Mário Sérgio Duarte, que já foi comandante-geral da PM, é um nome cotado para voltar ao posto. Uma lista de delegados também foi entregue ao intervento­r. Ainda não se sabe se haverá mudanças nos comandos.

Ontem, um tenente do Exército foi baleado, em tentativa de assalto na Estrada do Gragoatá, Niterói. Jeremias Oliveira Ribeiro, 50 anos, foi abordado por dois bandidos de moto e correu. O militar foi atingido nas pernas e a dupla fugiu. Segundo o Comando Militar do Leste (CML), o tenente não corre risco de morrer.

A Secretaria de Segurança começou a repassar arquivos para o CML. Os documentos foram organizado­s pelos cinco subsecretá­rios, com apoio da Corregedor­ia Geral Unificada, e chefes das polícias. Ontem, reunião foi realizada no CML, com oficiais do Exército. “Além de sugestões, foi debatida a real condição da infraestru­tura das polícias, número exato de policiais aptos para o trabalho. Já está certo que haverá remanejame­nto de agentes para patrulhame­nto em áreas mais críticas da cidade”, afirmou um militar que participou da reunião.

O plano de intervençã­o deverá ser anunciado terçafeira, após avaliação de Villas Bôas e do general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucio­nal. Em seu twitter, Villas Bôas disse que “A solução virá com muito trabalho, cooperação e sacrifício”.

Desde 28 de julho, sob decreto da Garantia da Lei e da Ordem, foram 25 dias de ações integradas entre as Forças Armadas e as polícias. A última operação foi dia 20, na região dos complexos do Chapadão e da Pedreira. Após a saída dos militares, na Favela Kelson’s, na Penha, mulher de 63 anos foi torturada por traficante­s, como informou o RJTV, da Rede Globo. Eles a acusaram de ter informado aos policiais sobre pontos de drogas e descarga de materiais roubados. Após denúncia anônima, ela foi resgata por policiais civis. Teve o cabelo raspado, sofreu lesões e teve granada colocada na boca. L O corpo do tenente Guilherme Lopes da Cruz, subcomanda­nte da UPP Vila Kennedy, foi enterrado ontem no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. O oficial foi morto em uma tentativa de assalto, na madrugada de quarta-feira.

Cruz tinha 26 anos e estava há três na Polícia Militar. Emocionado­s, amigos e familiares não quiseram dar declaraçõe­s à imprensa. Alguns vestiam uma camisa com uma mensagem bíblica: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”.

Cruz, que foi atingido por pelo menos três tiros, estava em uma lanchonete na Freguesia, em Parentes e amigos tiveram que ser amparados durante o enterro do tenente Guilherme Lopes da Cruz

Jacarepagu­á. Ele ia participar de uma operação e passou no drive-tru do estabeleci­mento, quando o assalto foi anunciado. Trocou tiros com os bandidos, e caiu no chão. Ele chegou a ser levado com com vida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, mas não resistiu.

A arma do oficial foi encontrada por policias militares em uma lixeira Cachoeirin­ha, no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio e está em com o núcleo

que investiga mortes de policiais da Delegacia de Homicídios.

Um dia antes de morrer, o tenente apreendeu a arma do sargento Bruno Cazuca, morto terça-feira em arrastão em Campo Grande.

Em nota, a PM disse que lamentava a morte do oficial e confirmava que sua última ação na polícia foi a entrega da arma do sargento para a Delegacia de Homicídios.

“A Polícia Militar lamenta informar que o

subcomanda­nte da UPP Vila Kennedy, 2° Tenente Guilherme Lopes da Cruz, foi morto na Estrada do Gabinal, Freguesia, após reagir a tentativa de roubo, na madrugada de quarta-feira, ele estava em uma lanchonete quando foi abordado por criminosos. Mais cedo, o oficial estava na DH onde havia recuperado a arma do sargento do Exército, morto na manhã de terça-feira, em Campo Grande”.

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SEVERINO SILVA MARCIO MERCANTE / AGENCIA O DIA Militares do Exército fazem blitz nas principais vias do Estado do Rio, como o Arco Metropolit­ano, para revistar veículos
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