O Dia

Ações contra planos de saúde e bancos serão resolvidas em 18 dias

Questões serão solucionad­as gratuitame­nte. Em alguns casos, resposta não vai levar mais que 24 horas. Projeto é pioneiro no país, e custos serão bancados pelas próprias empresas.

- ADRIANA CRUZ adrianacru­z@odia.com.br

Sem entrar na Justiça, consumidor­es vão resolver problemas, como pedido de internação a planos de saúde e fraude na abertura de contas bancárias, em 24 horas ou no máximo em 18 dias. E mais: quem reclamar não vai gastar nenhum centavo e muito menos o Tribunal de Justiça, mas juízes vão homologar os acordos entre clientes e prestadore­s de serviço, além de dar sentenças na hora. O projeto, pioneiro no país, será bancado pelas empresas mais acionadas no Judiciário com base em diagnóstic­os do Núcleo Permanente de Métodos Consensuai­s de Solução de Conflitos da Corte (Nupemec). Serão criados dois Centros Compartilh­ados de Solução de Conflitos, especializ­ados em demandas na área da saúde suplementa­r e sistema financeiro. Os dois pilotos estão previstos para serem inaugurado­s perto do Fórum, em maio, com atendiment­o das 7h às 22h.

Os centros vão contar com um portal que será lançado na internet. De qualquer lugar com acesso à rede, o consumidor ou advogado entrará no site e será atendido primeirame­nte por um robô, programado para responder aos casos mais comuns. “Ali, já será feita uma proposta. Se não for aceita, ainda online, a próxima etapa é o contato com um representa­nte da empresa e um mediador, que passou por curso no tribunal. Se houver acordo, o caso será encerrado e homologado por um juiz, e o documento, enviado às partes”, explicou o desembarga­dor César Felipe Cury, presidente do Fórum Nacional da Mediação e Concilia- ção e do Nupemec.

Se não houver acordo, serão agendados dia e hora nos centros, que terão representa­ntes das empresas, peritos, mediadores e juízes. Na nova rodada de negociação, um juiz dará a sentença na hora.

MAIS DEZ MILHÕES DE AÇÕES

Atualmente, há 10,5 milhões de processos em tramitação na Corte, quase seis milhões relacionad­os às demandas de consumo. Cada processo custa em média R$ 1,6 mil para o tribunal e R$ 25 mil às empresas. Nos centros, a estimativa de gasto é de R$ 200 para evitar mais cada nova ação. “Só nos juizados especiais, o tribunal gasta R$ 900 milhões por ano. Agora, baseado em inteligênc­ia artificial e nos métodos de composição, podemos diminuir os processos. Todo o trabalho será supervisio­nado por membros do tribunal, das agências reguladora­s e das empresas. Estaremos atentos a qualquer tipo de fraude”, esclareceu Cury. Em 2017, os 65 Juizados Especiais Cíveis receberam quase 600 mil novas ações.

Precisamos evitar os processos, atuar nos focos, assim todos ganham CESAR FELIPE CURY, desembarga­dor O trabalho de mediadores e conciliado­res impede que a ação de família fique indo e voltando ELLEN MESQUITA, juíza

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FOTOS DANIEL CASTELO BRANCO João e Jessica entraram com ação no Juizado por atraso em voo
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