Observatório de olho na intervenção
Grupo vai dar transparência aos dados que serão produzidos pelo Exército, como prisões e operações
Foi lançado ontem no Rio de Janeiro o Observatório Legislativo da Intervenção Federal na Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (Olerj). A ideia é acompanhar de perto a intervenção federal na Segurança Pública no Rio de Janeiro, decretada no dia 16 de fevereiro, dando transparência aos dados que serão produzidos pelo Exército, como prisões e operações, e acompanhando o orçamento destinado.
“Serão técnicos, pesquisadores, sediados no Rio. Depois passo (o número) com calma. Não tenho de cabeça. Começará a partir da próxima semana. O trabalho é fiscalizar a implementação do planejamento e fomentar a produção de pesquisa. Vamos trabalhar em conjunto com os indicadores de violência, educação, saúde, para que possamos interagir e acompanhar e, dentro do Observatório, fazer propostas”, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, no lançamento do Observatório.
“Tenho certeza de que o interventor (o general Walter Souza Braga Netto) vai apresentar o mais breve possível um planejamento. Queremos que saia o mais rápido possível, porque não podemos ficar nesse limbo, de ter a intervenção, mas não ter o planejamento. Vamos cumprir o nosso papel de fiscalizar tudo. Inclusive qualquer abuso”, completa.
Perguntado sobre a ação realizada pelo Exército na sexta-feira, 23, de fotografar e “fichar” moradores da Vila Kennedy, da Vila Aliança e da Coreia, na Zona Oeste do Rio, Maia se esquivou. “Se a gente começar a polemizar em cima do início de um trabalho, não vamos chegar a lugar nenhum. Sei que muitos moradores em comunidade se sentem limitados dos seus direitos por causa do tráfico de drogas. E muitas vezes se mantêm em silêncio com medo da reação dos traficantes. Na hora que o Estado e a Segurança chegam em uma comunidade, claro, respeitados o direito do cidadão, acho que a sociedade vê a participação das forças policiais de forma positiva. Temos que tomar cuidado para não colocar no primeiro momento a sociedade contra o início de um trabalho, que é importante”, afirma.