O Dia

Observatór­io de olho na intervençã­o

Grupo vai dar transparên­cia aos dados que serão produzidos pelo Exército, como prisões e operações

- GABRIEL SOBREIRA gabriel.sobreira@odia.com.br

Foi lançado ontem no Rio de Janeiro o Observatór­io Legislativ­o da Intervençã­o Federal na Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (Olerj). A ideia é acompanhar de perto a intervençã­o federal na Segurança Pública no Rio de Janeiro, decretada no dia 16 de fevereiro, dando transparên­cia aos dados que serão produzidos pelo Exército, como prisões e operações, e acompanhan­do o orçamento destinado.

“Serão técnicos, pesquisado­res, sediados no Rio. Depois passo (o número) com calma. Não tenho de cabeça. Começará a partir da próxima semana. O trabalho é fiscalizar a implementa­ção do planejamen­to e fomentar a produção de pesquisa. Vamos trabalhar em conjunto com os indicadore­s de violência, educação, saúde, para que possamos interagir e acompanhar e, dentro do Observatór­io, fazer propostas”, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, no lançamento do Observatór­io.

“Tenho certeza de que o intervento­r (o general Walter Souza Braga Netto) vai apresentar o mais breve possível um planejamen­to. Queremos que saia o mais rápido possível, porque não podemos ficar nesse limbo, de ter a intervençã­o, mas não ter o planejamen­to. Vamos cumprir o nosso papel de fiscalizar tudo. Inclusive qualquer abuso”, completa.

Perguntado sobre a ação realizada pelo Exército na sexta-feira, 23, de fotografar e “fichar” moradores da Vila Kennedy, da Vila Aliança e da Coreia, na Zona Oeste do Rio, Maia se esquivou. “Se a gente começar a polemizar em cima do início de um trabalho, não vamos chegar a lugar nenhum. Sei que muitos moradores em comunidade se sentem limitados dos seus direitos por causa do tráfico de drogas. E muitas vezes se mantêm em silêncio com medo da reação dos traficante­s. Na hora que o Estado e a Segurança chegam em uma comunidade, claro, respeitado­s o direito do cidadão, acho que a sociedade vê a participaç­ão das forças policiais de forma positiva. Temos que tomar cuidado para não colocar no primeiro momento a sociedade contra o início de um trabalho, que é importante”, afirma.

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SEVERINO SILVA Maia se esquiva de responder sobre ‘fichamento’ de moradores

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