O Dia

Mais de 300 carreiras federais terão salário inicial de R$ 5 mil

Só docentes não terão essa limitação, prevista em projeto de reestrutur­ação do funcionali­smo

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Alimitação do salário inicial na União a R$ 5 mil vai atingir as mais de 300 carreiras do Executivo. De acordo com a proposta elaborada pelo Ministério do Planejamen­to, a medida alcançará, inclusive, auditores-fiscais da Receita Federal e do Ministério do Trabalho, e só ficarão de fora os professore­s universitá­rios, por uma “política de valorizaçã­o da categoria”. Haverá também algumas diferencia­ções para delegados da Polícia Federal.

O valor da remuneraçã­o inicial para quem ainda ingressar no setor público é a principal mudança da reestrutur­ação de carreiras federais, que trará ainda outros detalhes. O projeto já está na Casa Civil para, depois, ir ao Congresso Nacional.

O objetivo da proposta, segundo o secretário de Gestão de Pessoas do Ministério do Planejamen­to, Augusto Chiba, é criar parâmetros próximos aos da iniciativa privada, e prolongar a progressão do funcionali­smo federal.

“A remuneraçã­o tem que ser competitiv­a com o mercado. A intenção é fazer o que o mercado faz, e ele (servidor) ter mais espaço para cresciment­o na vida profission­al, porque, hoje, um auditor da Receita, por exemplo, entra com R$ 17 mil e, no fim da carreira, está com R$ 25 mil. A variação é muito pequena. Além disso, em apenas nove anos eles (auditores) atingem o final da carreira”, argumentou Chiba, em entrevista à Coluna.

Para o secretário, algumas categorias atingem o último nível da progressão em pouco

Intenção também é evitar rotativida­de nos cargos públicos da União.

tempo, o que também “desestimul­a os servidores”.

“Ao entrar ganhando R$ 5 mil, ele vai terminar com R$ 24 mil. Então, terá uma variação grande, mas haverá mais tempo para a pessoa subir. Hoje, qualquer trabalhado­r chegando em nove anos ao fim da progressão fica desmotivad­o”, declarou.

A reestrutur­ação das carreiras foi estudada por longo período pela equipe do Planejamen­to. E técnicos da pasta acreditam que, com as mudanças, poderão acabar com a rotativida­de de servidores com perfis de “concurseir­os”.

Segundo Chiba, muitas vezes os treinament­os de funcionári­os são desperdiça­dos. “Estamos equalizand­o todas as carreiras para R$5 mil e, hoje, cada uma paga um valor. Então, o concurseir­o entra em um cargo e, depois, já pula para outro com maior salário. E o Estado acaba perdendo, pois treina a pessoa para ela começar a produzir, e, antes de ela começar, já mudou de carreira. Isso acontece bastante, principalm­ente naquelas que pagam menos que outras”.

A remuneraçã­o no serviço público tem que ser competitiv­a com o mercado. A intenção é fazer o que o mercado faz, e ele (servidor) ter mais espaço para cresciment­o na vida profission­al.”

Atualmente, um auditor-fiscal da Receita Federal, por exemplo, entra no cargo ganhando R$ 17 mil e, no fim da carreira, está com R$ 25 mil. A variação é muito pequena”

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GLEICE MERE/DIVULGAÇÃO MINISTÉRIO DO PLANEJAMEN­TO Secretário de Gestão de Pessoas do ministério, Augusto Chiba diz que progressão deve ocorrer por mais tempo

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