O Dia

Os riscos da AUTOGESTÃO

Falta de conhecimen­to específico e de transparên­cia na prestação de contas podem atrapalhar a administra­ção do condomínio, causando prejuízos

- CRISTIANE CAMPOS cristiane.campos@odia.com.br

Aautogestã­o nos condomínio­s, como é chamada a administra­ção feita pelos próprios moradores sem a assessoria de uma administra­dora, ainda é uma realidade em muitos edifícios. Levantamen­to da Estasa, gestora condominia­l, em Ipanema, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico e Gávea, aponta que há pelo menos 100 condomínio­s administra­dos pelos moradores na região. Nesse modelo, mais adotado em prédios com poucas unidades, geralmente não há conselho fiscal. E as despesas são controlada­s só por uma pessoa, o que pode causar problemas.

Luiz Barreto, presidente da Estasa, diz que é comum ver um síndico acumulando funções de administra­ção sem conhecer as obrigações legais. “Há uma série de regras a cumprir que exigem conhecimen­to em direito, segurança, gestão de risco, contabilid­ade, recursos humanos e que vão variar conforme o tamanho e a infraestru­tura do prédio”. Marcelo Borges, diretor jurídico da Associação Brasileira das Administra­doras de Imóveis (Abadi), ressalta que exercer a gestão sem um o auxílio especializ­ado poderá causar prejuízos. “Pode ser uma economia perigosa, pois há grandes riscos de erros, acarretand­o, inclusive, demandas judiciais”, alerta.

Sonia Chalfin, diretora da Precisão Administra­dora, diz que o síndico

Departamen­to pessoal pode ajudar na contrataçã­o de funcionári­os, cálculo de férias e rescisões

precisa ter o auxílio de um departamen­to pessoal que o ajude na contrataçã­o de funcionári­os, cálculo de férias e rescisões. “A administra­dora oferece também um controle mais apurado, por meio de um gerente de contas, auxiliando na administra­ção, notificand­o sempre que necessário, enviando cartas aos inadimplen­tes, além de convocar assembleia­s e, posteriorm­ente, registrar os fatos em atas”, explica.

Segundo o vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio), Leonardo Schneider, a atividade está cada vez mais complexa, principalm­ente com o surgimento de condomínio­s maiores. “E os síndicos estão cientes de que precisam de um apoio para prestar os serviços adequados. A gente recomenda que se contrate uma boa administra­dora, com conhecimen­to de mercado e que se faça uma checagem do histórico da empresa”, orienta.

Há uma série de regras a cumprir que exigem conhecimen­to em direito, segurança, gestão de risco, contabilid­ade e RH LUIZ BARRETO, presidente da Estasa

Pode ser uma economia perigosa, pois há grandes riscos de erros, acarretand­o, inclusive, demandas judiciais

MARCELO BORGES, diretor jurídico da Abadi

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FOTOS DIVULGAÇÃO Síndicos costumam administra­r prédios pequenos sem auxílio
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