O Dia

Prefeitura do Rio dá início à Reforma da Previdênci­a

Decreto que põe fim à integralid­ade é publicado. Categorias vão se mobilizar contra medida

- Paloma Savedra

APrefeitur­a do Rio iniciou ontem a reforma na previdênci­a municipal com a publicação do decreto que acaba com a integralid­ade das aposentado­rias. O texto também institui a cobrança da contribuiç­ão de servidores que têm abono -permanênci­a. Somado a isso, o governo enviará à Câmara proposta para taxar em 11% inativos que ganham acima do teto do INSS (R$5.645,80), alegando necessidad­e de equilíbrio dos cofres. Mas, para conseguir levar as medidas adiante, o Executivo enfrentará resistênci­as do Legislativ­o e do funcionali­smo, que já se movimentam contra as novas regras. Eles cogitam ainda recorrer à Justiça.

Alguns vereadores questionam itens do decreto e pedirão audiência pública com a presença de integrante­s do governo. E grupos de servidores já organizam manifestaç­ão para o próximo dia 27, em frente à prefeitura, na tentativa de barrar a reforma.

Na prática, o prefeito Marcelo Crivella revogou decreto de 2003, de Cesar Maia, que dispensava o município de seguir a Emenda à Constituiç­ão 41/2003, por ter regime próprio. A emenda deu fim à integralid­ade — aposentado­ria com o valor da última remuneraçã­o — de quem ingressou no setor público após 19 de fevereiro de 2004. Também acabou com a paridade (quando inativo recebe os mesmos reajustes de quem está na ativa).

MUDANÇAS INEVITÁVEI­S

E, desde o ano passado, a prefeitura sinalizava que mudanças na previdênci­a eram inevitávei­s, acrescenta­ndo que havia recomendaç­ão do Tribunal de Contas do Município (TCM) para seguir as normas federais.

Mas o decreto de Crivella determina também a revisão de aposentado­rias e pensões que já foram concedidas em desacordo com a Emenda 41. Essa medida vai atingir cerca de oito mil beneficiár­ios que já recebem pela integralid­ade, mas não tiveram homologaçã­o pelo TCM.

Já o secretário da Casa Civil, Paulo Messina, afirmou que a prefeitura criará pensão vitalícia para compensar essas perdas, no mesmo projeto de taxação de inativos.

Mas, para o vereador Paulo Pinheiro (Psol), o município vai penalizar o funcionali­smo antes de adotar outras medidas. “Pediremos (o Psol) audiência na Comissão de Servidores, com a presença do Messina e do Previ-Rio. Que economia essas medidas vão gerar para os cofres? Por que acabar com a isenção previdenci­ária no abono-permanênci­a?”, indagou o vereador, citando que há muitos funcionári­os da Saúde com o abono.

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PAULO CARNEIRO/PARCEIRO/AGÊNCIA O DIA Movimento Unificado dos Servidores vai pressionar Legislativ­o e a prefeitura para derrubar medida
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