O verbo do momento
Eu apequeno, tu apequenas, ele apequena... Êta! Que verbo gostoso de conjugar! Os meninos querem treinar, mas Tia Carmem não quer deixar. Toffoli fez beicinho, só trabalha se a tia pautar. O colega Aurélio quer apequenar, não importa a repercussão, custe o que custar!
O futuro da senadora Gleisi, de Lula e de outros meliantes depende da conjugação do verbo. Abusada, passou a mão em meia dúzia de militantes de nariz empinado. Armada do “cumpanheiro” e fatiador do impeachment, rumou ao gabinete da ministra Cármen Lúcia para cobrar a pauta.
O medo da cadeia é iminente, precisa da ação do verbo. Em outro momento grotesco da história da República, a bancada da chupeta ocupou a mesa do Senado, impedindo a votação. Numa outra, foram a pé cumprimen- tar Dilma, crédulos de que não haveria impeachment. Vana dançou e, hoje com bens indisponíveis, esperneia. Os fanáticos insistem na volta de Lula, relativizando seus erros. Perder o poder é complicado, retornar, mais ainda.
Se eleição sem Lula fere a democracia, condenação sem prisão fere a lei. Meliantes? Aos costumes, cadeia já!
A era petista se esvai nessa queda de braços amputados entre segmentos do Judiciário. De um lado, os braços fortes concursados, do outro, os manetas nomeados, última esperança do PT e de muitos. É desconfortável prender Lula para quem um dia o bajulou soconsiderado nhando com a indicação ao cargo, deitado no travesseiro, se imaginando de capa preta esvoaçante adentrando o plenário, acima do bem e do mal!
Péssima jogada da senadora: decisões emocionadas não cabem na política. Se Cármen Lúcia pretendia reverter a segunda instância, ela melou tudo. Se colocar em pauta, Gleisi colhe os louros da vitória e, por ironia e contradição, teremos uma Suprema Corte pequena.
Lula, gravado em loucas falas, mandava a mulherada do PT cair em cima de autoridades, apostando no poder das “de grelo duro”. Palavras chulas de quem acha bonito não ter escolaridade e ter sido presidente. Hoje, precisa aprender que não se vive de mentiras. Ofender magistrados é mau negócio. A cachaça é um inferno, solta a língua em triste espetáculo. Se alguma mudança foi articulada por Pertence junto ao STF, a senadora destruiu a possibilidade. Se eleição sem Lula fere a democracia, condenação sem prisão fere a lei. Melhor esquecer o verbo. Meliantes? Aos costumes, cadeia já!