Rapaz é assassinado a tiros após sair de igreja no Jacarezinho
A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) determinou a abertura de investigação interna sobre a morte de Matheus Melo Castro, 23 anos, na noite de segunda-feira. A família acusa policiais de terem atirado contra o rapaz após ele sair da Favela do Jacarezinho, onde havia acabado de deixar a namorada após voltarem da igreja. Ele foi atingido por pelo menos dois disparos, um no tórax e outro no braço esquerdo.
Segundo a PM, o procedimento interno vai tentar descobrir se houve realmente participação de policiais na morte do jovem e de qual UPP eles pertenceriam. A Avenida Dom Hélder Câmara, onde aconteceu o crime, é coberta tanto pelas UPPs Jacarezinho e Manguinhos — ligadas aos 3º e 22º BPMs, respectivamente. Na via também fica a Cidade da Polícia Civil.
Segundo a CPP, os policiais da UPP Manguinhos ficaram sabendo da morte de Matheus através do 190 e seguiram para a UPA da comunidade, onde ele já chegou morto. O comando da unidade diz que os PMs não participaram de confronto na região. Pouco tempo depois, um ônibus foi incendiado na Avenida dos Democráticos e a base da UPP foi atacada a tiros por criminosos. A UPP Jacarezinho também nega envolvimento em tiroteios na favela.
A Delegacia de Homicídios investiga o caso. Agentes buscam imagens de câmeras e testemunhas para identificar quem atirou. A Comissão de Direitos Humanos da Alerj acompanha o caso.
A Fiocruz confirmou que Matheus trabalhava no campus Manguinhos desde 2013 como agente de coleta seletiva. Era terceirizado e contratado pelo Departamento de Gestão Ambiental. Ele trabalhou até os 17 anos em um lava-jato e meses depois foi contratado como terceirizado da Fiocruz. Ele era formado em Segurança do Trabalho. O jovem também era obreiro na Igreja Missão de Fé e estava coordenando um encontro de fiéis pouco antes de ser morto.