O Dia

‘Nós que começamos a televisão’

Rosamaria Murtinho fala sobre o documentár­io que conta a história dela e do marido, Mauro Mendonça

- BRUNNA CONDINI brunna.condini@odia.com.br

Estreou no Rio esta semana ‘O Cravo E A Rosa - O Documentár­io’, que conta a trajetória de Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça. Exibido no último Festival do Rio, o filme conta a trajetória artística e pessoal do casal de atores. E também passa a limpo a história do teatro brasileiro e da televisão nos últimos 60 anos.

“O filme fala de uma geração, da minha geração. Além dos atores e amigos queridos, tem o Zé Celso e o Antunes Filho. E o Silvio de Abreu, que descobriu que eu sou comediante”, conta Rosamaria.

“Era mais dramática com Janete Clair, e o Silvio me trouxe para a comédia, meu lado moleque. No documentár­io estão Fernanda (Montenegro), Nathália (Timberg), Nicette (Bruno). É uma gera- ção. Nós que começamos esse negócio de televisão. A gente começou a fazer do jeito brasileiro”, esclarece.

Também participam da produção, que leva a assinatura da atriz e produtora Kellys Kelfis, os atores Antônio Fagundes, Fernanda Montenegro, Bibi Ferreira, Tony Ramos, entre outros. Dirigido por Jorge Farjalla, o documentár­io apresenta imagens preciosas e inéditas de arquivo, entrevista­s com esses ícones e muitas curiosidad­es sobre Rosamaria e Mauro.

Do alto dos seus 60 anos de carreira, Rosamaria se diz assumidame­nte feminista.

“Nem eu sabia que eu era. Sempre fui independen­te, ganhei meu dinheiro. Mesmo casada, meu marido nunca disse que eu não podia fazer alguma coisa. Sempre fui feminista sem saber. Me mantive, trabalhei e trabalho até hoje”, comenta.

Ela fala sobre a morte da vereadora Marielle Franco, ocorrida na última quartafeir­a: “Uma coisa horrível. Foi uma execução. No Brasil, quem manda é criminoso. Quando Michael Jackson veio aqui, pediram pros bandidos, para filmar na favela, e não para a prefeitura”. E conclui: “Estou muito triste com o momento atual do Brasil. Está muito difícil. Essas mortes todas... A violência precisa acabar. Estou contente porque as mulheres estão mais corajosas. Eu sou uma pessoa corajosa. Nunca permiti assédio”.

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