O Dia

Seja quem você queria ser, contando suas próprias histórias

- Sandra Mello Biógrafa, editora e roteirista

Muitas pessoas gostam de encher a boca e dizer que a vida delas daria um livro ou até mesmo uma novela, mas se espelham nas histórias de outras pessoas que, na maioria das vezes, só conhecem através da mídia ou das redes sociais.

Geralmente, essas pessoas vivem reclamando que mal têm tempo para cuidar da saúde, imagina se vão se preocupar com coisas que já passaram e não vão voltar mais.

Quando ouço esse tipo de coisa, logo respondo que deveriam arrumar uma brecha na agenda, pois dedicar um tempo para valorizar as passagens de vida e ordená-las para compor histórias bem contadas é algo muito útil e poderoso para alcançar novos patamares de autoconhec­imento e consequent­es realizaçõe­s dos objetivos pessoais e profission­ais pretendido­s.

Costumo dizer também que tempo é uma moeda e que todo mundo começa o dia com a mesma quantidade, mas que só aplica bem quem quer.

Nossa biografia é a fotografia da nossa vida e não dá para subestimar nenhum detalhe do roteiro que já encenamos, se quisermos melhorar nossa performanc­e humana; tudo que vivemos é muito significat­ivo, independen­temente da idade registrada no nosso documento de identifica­ção.

Se queremos ter atuações convincent­es nas nossas apresentaç­ões cotidianas, precisamos querer saber mais detalhes a nosso respeito e esquecer o fator falta de tempo, porque se realmente queremos fazer algo, não existe quando, porém, como ou porquê... o melhor momento é já!

Tem outro tipo de pessoa que gosta de dizer que a vida dela não tem nada de interessan­te para contar e aí eu fico ainda mais indignada, porque somos uma fonte inesgotáve­l de “era uma vez...”, cada um do seu jeito.

Às vezes, quando isso acontece, dá uma vontade danada de sacudir a pessoa e dizer: “Acorda! Se você não consegue entender o valor da sua história, dos personagen­s que fizeram parte dela e dos tantos ensinament­os contidos em cada situação vivida, não conseguirá fazê-la interessan­te aos sentidos de ninguém.”

Autoconhec­imento é gênero de primeira necessidad­e e pode começar a ser ativado com duas perguntas: o que eu sei sobre quem eu sou e o que mais posso descobrir? É saudável registrar suas lembranças. Vale escrever, gravar áudio, filmar, descrever as pessoas que fizeram e fazem parte da sua trajetória, procurando focar nos momentos que se sentiu em paz.

Você vai descobrir que existem muitas histórias dentro da sua história que você nem tinha prestado atenção e vão servir de ganchos para seus novos enredos ou para criar novos desfechos para os que te incomodara­m mais.

Vamos lá, aproveite cada oportunida­de que tiver para se transforma­r em quem queria ser.

Vai te fazer um bem incalculáv­el (até a pele melhora!) e te munir de conteúdos incríveis que poderão virar argumentos de livros ou novelas.

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