O Dia

Rio é o segundo em BLINDAGEM

- LUCAS CARDOSO lucas.cardoso@odia.com.br

Ocrescimen­to da violência nas grandes cidades, caso por exemplo do Rio, tem provocado um interesse cada vez maior na procura por blindagem de automóveis. Levantamen­to da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablim) revela que, em 2017, mais de 15 mil veículos foram blindados no país. O Rio de Janeiro responde por 8,45% do montante de carros protegidos, ocupando, assim, a segunda posição do ranking.

O Rio só fica atrás do estado de São Paulo, que tem 74% do total. De acordo com Marcelo Christians­en, presidente da Abrablin, blinda-se hoje, no Rio, pelo menos 230 carros por mês.

Segundo informaçõe­s do Sistema de Controle de Automóveis Blindados do Exército, a frota brasileira é líder mundial nesse segmento, com uma estimativa de pouco mais de 197 mil veículos modificado­s, ultrapassa­ndo países tradiciona­is como EUA, Colômbia e México.

Além disso, existem diversos níveis de proteção balística na blindagem. A mais utilizada no país é a de nível III-A, que protege contra praticamen­te todas as armas curtas de mão (pistola 9 mm, por exemplo). Esse tipo de blindagem exige uma liberação do Exército, sendo praticado em 90% dos trabalhos feitos pelas empresas. É indicado para veículos de uso civil. A de nível III tem uso restrito (só com autorizaçã­o especial da Força). Suporta tiros de calibre 7.62 de fuzis FAL, AR-15 ou AK-47. A de nível IV, proibida no Brasil, é capaz de resistir a granadas e armas de uso militar, como a .30 e .50. “Um carro com blindagem para armamento pesado, como fuzis, não é autorizado para o uso civil. Os únicos que podem solicitar esse tipo de proteção são, na maioria dos casos, autoridade­s”, explica Christians­en.

Segundo ele, qualquer veículo pode ser blindado no nível III-A, e o custo pode variar entre R$ 50 e 70 mil, mas a maioria é de carros na faixa de R$ 120 mil. “Já chegamos a blindar um Nissan March com motor 1.0 e câmbio manual. A blindagem não interferiu no desempenho ou na qualidade na condução “, conta. O procedimen­to pode agregar, em média, 150 kg ao peso total de carro.

O processo de blindagem dos veículos é feito em duas etapas: a opaca e a transparen­te. Na primeira, é feita a aplicação de uma manta de proteção em toda a lataria do carro — o material utilizado é o mesmo presente nos coletes à prova de balas.

Já na segunda, é feita a troca dos vidros.

MAIS hOMENS

Em 2017, os homens representa­ram 57% do total de usuários, sendo grande parte (40%) formada pela faixa de 50 a 59 anos. Já as mulheres respondem pelo restante. Segundo a pesquisa, a maioria está na faixa que compreende entre 40 e 49 anos. Com relação à ocupação, 67% são executivos, 14% políticos, 9% são juízes, 8% são artistas e 2% têm outras ocupações. “Com a evolução dos processos e materiais, a cada ano que passa a blindagem fica mais acessível para todos os tipos de público”, avalia Marcelo.

Não há um segmento ideal para a aplicação da proteção, mas os modelos com melhor resposta a todos os tipos de blindagem são os SUVs. “Devido ao seu elevado ângulo de ataque e distância do solo, os utilitário­s esportivos são mais ágeis e desenvolto­s sobre obstáculos, como calçadas e guias”, opina o presidente da associação.

A proteção mais normal no Brasil é a III-A, que protege contra armamento de mão

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FotoS reprodução Levantamen­to da associação brasileira de blindagem (abrablin) e do exército identifico­u que mais de 15 mil carros receberam a proteção contra disparos somente no ano passado
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A blindagem é feita em duas etapas: opaca, em que se reforça a lataria, e transparen­te, quando é aplicado o processo nos vidros
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