O Dia

AFINAL, POR QUE ISSO ACONTECE?

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Ataxa básica de juros do Banco Central não para de cair. Mas a taxa bancária do setor financeiro (público ou privado) não para de “ficar parada”. A taxa Selic (sigla do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia do BC) chegou ao seu piso histórico desde 1986 (6,5% ao ano). O problema é que os juros dos bancos brasileiro­s ainda estão entre os maiores do mundo (a taxa média do crédito pessoal medida pelo BC segue em torno dos 130% ao ano e a taxa média dos juros dos cartões de crédito passa dos 350% ao ano). Afinal, por que isso acontece? Quando o governo precisa de dinheiro para financiar seus gastos públicos, equilibrar suas obrigações fiscais, enfim, tentar fechar as contas (que nunca fecham), ele vai pegar emprestado nos bancos, seguradora­s ou fundos de pensão, além de fazer emissões no exterior — oferecendo em troca, como garantia, uma avalanche de títulos públicos. Como se trata de muito dinheiro, os juros bancários sobre esses títulos são altos, cada vez maiores, e os custos acabam sendo repassados para todos os clientes — trabalhado­res ou não, investidor­es ou não, devedores ou não.

Daí que, se os bancos reduzirem muito seus juros para empréstimo­s de pequenos ou médios portes, (grosseiram­ente falando, por mais estranho que pareça) pode “faltar dinheiro” para os bancos comprarem grandes volumes de títulos públicos — que é o que “dá dinheiro” e gera super lucros.

Em nota, o Banco do Brasil comunicou que reduzirá os juros de suas linhas de crédito a partir amanhã, dia 26. Também em nota, o Bradesco prometeu repassar esse último corte de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic nas linhas de crédito de pessoas físicas e pessoas jurídicas. Mas não detalhou quais seriam as linhas e quais seriam as novas taxas. Também a partir do dia 26, o Itaú garantiu que cortará os juros nas linhas de crédito para pessoas físicas e para micro e pequenas empresas. Segundo o banco, haverá redução no juro do cheque especial, para uma taxa a partir de 2,08% ao mês. Isso dá 28,2% ao ano (quatro vezes maior do que a Selic em 6,5% ao ano). Para micro e pequenas empresas, serão alteradas as taxas no cheque especial e capital de giro. Vamos PAGAR para ver...

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