O Dia

Vivos na memória

Famílias de vítimas da Chacina da Baixada farão caminhada

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Foram 29 vítimas, 29 inocentes, mortos na maior chacina da Baixada Fluminense. A tragédia está completand­o 13 anos e a caminhada em memória das vítimas, que acontece todos os anos, será no próximo sábado.

Não tem um dia que Luciene Silva, 52, não pense no filho Raphael Silva Couto. O menino de 17 anos foi a primeira vítima da chacina. Depois dele, 28 pessoas foram mortas. “Cada dia a saudade aumenta e com ela a vontade de lutar por justiça e paz. Prometi à ele que, enquanto estiver viva, todo mundo vai saber o que aconteceu”.

Silvânia Azevedo dos Santos, 38, acredita que se teve alguma justiça foi pela repercussã­o do caso. Ela é irmã de Renato Azevedo, que tinha 30 anos, e foi morto quando estava fechando o seu lava a jato. “Se não fosse nossa garra, acho que não teria nem julgamento. Sou a única dos dez irmãos que continuou a luta”.

“Essa barbárie não pode ser esquecida. Seria como potenciali­zar a violência”, disse o coordenado­r do Fórum Grita Baixada, Adriano de Araújo.

Para Yolanda Florentino, do Centro de Direitos Humanos da Baixada, o objetivo é trazer esse direito à justiça. “É o grito de uma realidade que é cotidiano na Baixada”.

A concentraç­ão será na Via Dutra, no bairro Esplanada, em Nova Iguaçu, próximo ao viaduto da Barros Júnior, às 9h.

RELEMBRE O CASO

Na noite de 31 de março de 2005, cinco PMs à paisana mataram 29 pessoas. Os assassinat­os foram um ato de vingança dos policiais devido ao endurecime­nto das normas impostas após uma troca de comando no Batalhão de Duque de Caxias. As 17 vítimas assassinad­as em Nova Iguaçu e as 12 de Queimados foram executadas aleatoriam­ente. Os policiais foram condenados entre 2006 e 2009.

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Evento vai relembrar os 13 anos dos assassinat­os. Caminhada terá concentraç­ão na Via Dutra, em Nova Iguaçu

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