Quem come fora gasta R$ 9,1 mil
Além de economizar, trabalhador que opta por levar marmita tem refeição mais saudável
Todo dia, há três anos, antes de dormir a jornalista Flávia Ferreira, 28 anos, prepara seu cardápio para o trabalho. Frango e legumes não podem faltar na marmita. O que a incentivou a criar a rotina de levar almoço foi, além da dieta saudável, a economia no bolso, já que o gasto médio do carioca por comer na rua é de R$ 34,14. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Benefício ao Trabalhador (ABBT) e comprova que em 22 dias, o desembolso com refeições chega R$ 763, equivalente a 80% do salário mínimo. Flávia é uma das que podem economizar quase R$ 9.156 por ano. Segundo o IPCA, do IBGE, comer fora de casa aumentou 0,24% este ano.
A pesquisa mostra ainda que os gastos de quem mora em Nova Iguaçu fica em R$35,67 por refeição, em média. Em Macaé, está em R$35,07. Em Duque de Caxias, R$ 31,76. Já em São Gonçalo, o prato sai por R$ 30,53 e, em Nilópolis, a R$ 28,08.
“Percebi que gastava menos comprando no mercado e fazendo marmita do que comendo fora”, disse Flávia. “Além disso, comecei uma dieta e via que os restaurantes não têm tanta opção saudável”, completou. “Eu acabava comendo mal e pagando muito”, concluiu.
O administrador Felipe Passos, 31, trocou o vale-refeição pelo vale-alimentação, usado no supermercado. “Ao trocar, percebi que não gasto quase um centavo do meu salário com comida”, disse. “Faço compras no mercado com o cartão da empresa e a economia foi melhor ainda”, completou Felipe que também leva comida para o trabalho.
MAIS SAUDÁVEL
O nutrólogo José Alves Lara Neto, membro da Associação Brasileira de Nutrologia, diz que marmita preparada em casa é mais saudável do que a comida de restaurante self-service. Segundo ele, o trabalhador pode pecar pelo excesso e, além de ter um prato caro, come mais do que o necessário.
“O benefício de levar comida de casa é que você controla o que vai comer e equilibra a refeição. Coloca carboidrato, proteína e alguma salada”, ensina. “Fazer uma marmita boa, rica em nutrientes e sem exagero é importante. No fim, levar comida de casa acaba sendo um ganho na saúde e economia no bolso”, concluiu.
A professora de Educação Física Giovanna Pereira, 31, juntou o útil ao agradável. Faz dieta balanceada ao levar comida para o trabalho, com ajuda do nutricionista e ainda economiza.
“Como profissional da área, tenho que me alimentar bem. Combino sempre carboidrato com proteína. Os restaurantes mais saudáveis são caros”, completou Giovanna que há cinco anos leva marmita.