O Dia

INFIDELIDa­DE FINaNCEIRa

- gILBERTO BRAgA e-mail: gbraga@ibmecrj.br Professor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral.

NPesquisa da SPC Brasil e do CNDL sobre as finanças dos casais concluiu que o brasileiro fala pouco sobre orçamento e dinheiro nas relações entre os cônjuges. Apenas 44% dos entrevista­dos respondera­m que têm o hábito de conversar sobre as finanças da família. Ou seja, a maior parte dos casais não discute o assunto.

Por outro lado, entre os cônjuges que regularmen­te conversam sobre as finanças, 20% acusam o companheir­o de querer controlar o que faz com o dinheiro. Um dado interessan­te é que quase metade dos entrevista­dos, 48% deles, admite que já brigou com o seu companheir­o ou sua companheir­a por causa de dinheiro, principalm­ente por conta de excesso de gastos em casa.

O levantamen­to mostra a mudança dos hábitos familiares em época de crise. A maioria, 57%, acredita que há um membro no grupo familiar que contribui negativame­nte para o orçamento. Inclui-se nessa relação os filhos adultos que não saem de casa e são sustentado­s pelos pais. Os agregados familiares, como pais, avós, netos e outros parentes desemprega­dos ou sem fonte de renda ou com renda insuficien­te.

A pesquisa aponta que 52% contam ao companheir­o todas compras que fazem, o que implica concluir que 48% escondem algum gasto do outro cônjuge. Muitos

57% acreditam que há um membro na família que contribui negativame­nte para o orçamento.

acham que não há maldade em omitir pequenas compras e escapulida­s financeira­s. Mas outros, com conceitos mais rígidos, veem nessa atitude uma traição semelhante a ter um caso extraconju­gal.

Não há regra modelo que deva ser seguida por cônjuges, mas é preciso que exista uma combinação, de acordo com suas rendas, hábitos e prioridade­s. A atração sentimenta­l é o começo da relação entre as pessoas, mas para que seja duradora e verdadeira, é preciso que haja harmonia em todos os campos, sendo o financeiro um dos mais importante­s.

Depois da paixão inicial, a manutenção de relação no dia a dia requer entendimen­to entre os participan­tes de sobre como usar o dinheiro, quanto gastar, quanto poupar ou se endividar.

Afinal, como dizem os mais velhos, só o amor não enche a barriga de ninguém e nem paga a fatura do cartão de crédito.

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