O Dia

LULA NÃO SE ENTREGA

Ontem, terminou o tempo determinad­o por Moro para que o ex-presidente se entregasse, em meio a negociaçõe­s. Expectativ­a é que petista se apresente hoje

- Colaborou Nadedja Calado

Terminou às 17h de ontem o prazo dado pelo juiz Sérgio Moro para que o ex-presidente se apresentas­se à Polícia Federal para cumprir pena de 12 anos e 1 mês de prisão. O petista se manteve na sede do Sindicato dos Metalúrgic­os, em São Bernardo do Campo (SP), cercado por milhares de simpatizan­tes. Expectativ­a é de que Lula seja preso hoje, após uma missa em memória de Dona Marisa.

Aexpectati­va foi grande, mas, ao final, aconteceu muito pouco ontem. Às 17h, se encerrou o prazo dado pelo juiz Sérgio Moro para que Lula se entregasse, com manifestan­tes fazendo contagem regressiva em frente ao Sindicato dos Metalúrgic­os de São Bernardo do Campo. Do lado de dentro, o líder petista, que dormiu no prédio e continuava ali na noit de ontem, recebia aliados e promovia sucessivas reuniões com advogados e lideranças políticas.

Emissários do PT e a Polícia Federal negociaram ao longo de todo o dia. Um avião foi mantido no Aeroporto Internacio­nal de São Paulo à espera de Lula.

Enquanto isso, a defesa do ex-presidente tentava novos recursos para barrar a prisão. À noite, foi impetrada uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a prisão até que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) acabe de julgar todos os recursos. O ministro Edson Fachin foi sorteado relator.

Mais cedo, um pedido similar havia sido feito ao Supremo Tribunal de Justiça - e negado. Até a ONU foi acionada. A defesa do petista protocolou no Comitê de Direitos Humanos da organizaçã­o, em Genebra, um pedido de liminar para evitar a prisão.

À noite, após a Polícia Federal informar que não faria nada para prender Lula ontem, fontes petistas afirmavam que Lula se entregará hoje, em São Paulo, após uma missa em homenagem à mulher dele, Marisa Letícia, que morreu no ano passado e faria 68 anos hoje.

Entre os petistas em São Bernardo, ao longo do dia, a disposição era de que o ex -presidente não se entregasse. Um dos que defendiam essa posição era o ex-minisro Gilberto de Carvalho. “É para resistir, claro. Quero que o povo faça um cordão humano para impedir a prisão. É o que nos resta fazer”, disse, ao Estado de S. Paulo.

LULA NÃO FALA

Ao longo do dia, houve rumores de que o petista discursari­a no palanque em frente ao Sindicato. Seria ao meio-dia e não aconteceu; depois, às 17h, o prazo fatal dado por Moro para a rendição voluntária. No entanto, apenas acenou para os seguidores pela janela.

Lideranças de inúmeros segmentos discursara­m, diante de cerca de 30 mil manifestan­tes. A presidente do PT, Gleisi Hoffman, foi porta-voz de Lula e falou sobre a missa que será às 9h30. Segundo a petista, Lula aguarda as manifestaç­ões do STF e da ONU.

No mundo virtual, a expectativ­a tornou a hashtag #OcupaSaoBe­rnardo a mais popular do Twitter no Brasil e no mundo. O petista foi manchete na versão digital do argentino Clarín. Já o The New York Times, nos EUA, chamou o petista de “um dos mais transforma­dores líderes de sua geração na América Latina”.

É para resistir, claro. Quero que o povo faça um cordão humano para impedir a prisão. É o que nos resta fazer GILBERTO CARVALHO, líder petista

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ROVENA ROSA/AGêNCIA BRASIL Em São Bernardo do Campo (SP), manifestan­tes se concentrar­am no Sindicato dos Metalúrgic­os do ABC, onde Lula passou o dia. Petista permanecia lá ontem à noite
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ROVENA ROSA/AGêNCIA BRASIL Prédio da ministra Cármen Lúcia, do STF, em Belo Horizonte: tinta vermelha jogada por manifestan­tes

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