O Dia

Mudanças à vista no Sesc e Senac

- GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br

> DEVOLVER a relevância do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizag­em Comercial (Senac) para os fluminense­s é o desafio de Luiz Gastão Bittencour­t da Silva, 55 anos. Gestor das instituiçõ­es desde dezembro, quando Orlando Diniz (preso dois meses depois pela Lava Jato) foi afastado, o petropolit­ano anuncia reformulaç­ão dos cursos de formação profission­al e retomada de atividades essenciais. A partir de junho, projeto cultural e esportivo será levado ao Parque Olímpico da Barra e ao Parque Radical de Deodoro. Já o patrocínio ao Segurança Presente, que reforça o patrulhame­nto em bairros, será reavaliado.

ODIA: Que desafios o senhor encontrou no Sesc e no Senac do Rio?

LUIZ GASTÃO: A gestão do Sesc/Senac no Rio de Janeiro se desassocio­u do conjunto nacional. Essa desassocia­ção é mais danosa do que alguns números de má gestão.

O que isso prejudica?

O Senac possui uma relação programáti­ca a nível nacional. Você pode começar a fazer um curso de copeiro e chegar, no final, a uma formação de gerente de hotel, passando por várias atividades de turismo e hospitalid­ade. O Rio vinha desassocia­do desse modelo. Além disso, se um aluno do Ceará se muda para São Paulo ou Salvador, não tem problema nenhum.

Ele se rematricul­a e dá sequência à formação. Mas o Rio de Janeiro está fora desse esquadro.

O que vai mudar?

L Estamos reformulan­do todo o modelo pedagógico e fazendo com que o Senac do Rio de Janeiro se reenquadre no cenário nacional. Também é preciso levar às unidades cursos de acordo com a vocação (regional). Na Serra, por exemplo, tem uma área muito forte não só de turismo, mas de moda. Vou fazer com que as unidades estejam mais focadas com o desenvolvi­mento local.

E em relação ao Sesc?

Aí temos uma atividade muito mais ampla, nas áreas de cultura, assistênci­a, educação, esporte e lazer. Temos os principais times de vôlei feminino e masculino (patrocinad­os pelo Sesc Rio). Não adianta ter um time que se sobressai. Tem que associar isso a programas sociais. Arrecadamo­s 6,7 toneladas de alimentos nos jogos de fevereiro para cá (doados no âmbito do projeto Mesa Brasil), fora nos treinament­os. Vamos colocar clínicas de vôlei em todas as unidades. A ideia é que os atletas façam palestras e oficinas.

Muitas atividades haviam sido suspensas nas unidades. Como ficam?

L Temos equipament­os esportivos lacrados há dois anos nas unidades. Já abrimos três academias de ginástica e estamos abrindo outras. Estamos refazendo as metas e retomando todas as atividades. Para isso, vamos precisar contratar pelo menos mais 50% de funcionári­os. Não se concebe que o Sesc do Ceará tenha o mesmo número de funcionári­os (cerca de 1.500) que o Sesc Rio. O Estado do Ceará representa a 12ª arrecadaçã­o do Brasil e o Rio, a segunda. Estávamos com a carreta da mulher, que faz exames de papanicola­u e de mama, abandonada em São Gonçalo há dois anos. Nossas unidades móveis de odontologi­a estavam todas paradas, e estão voltando ao normal.

As reformulaç­ões no Sesc/Senac têm prazo?

L Neste ano estamos trabalhand­o com uma meta ambiciosa, mas ela vai ser maior no ano que vem, porque estaremos com as estruturas melhor organizada­s. Hoje atendemos (no Sesc) 6% dos comerciári­os do estado, em torno de 400 mil. Nossa meta é passar de 1 milhão de matriculad­os até o ano que vem, atingindo 30% dos comerciári­os do Rio.

Haverá mudança no Segurança Presente?

L O Segurança Presente é um programa do governo estadual, e o Sesc é um dos patrocinad­ores. Nosso contrato vai até o final do ano. Estamos avaliando o Segurança Presente, levando em conta que o Rio de Janeiro passa por intervençã­o (na segurança). Teremos reunião com o intervento­r para discutir. A princípio, não queremos sair 100% do programa, mas queremos, no momento oportuno, reavaliar nossa participaç­ão dentro das finalidade­s da instituiçã­o. Não iremos sair do programa apenas por sair.

Que papel o Sesc vai assumir nas arenas olímpicas?

L Estamos fazendo parceria com a prefeitura para levarmos atividades esportivas e culturais para jovens nessas unidades, com profission­ais nossos. Também estamos buscando parceria com o estado para realizarmo­s essas atividades nas escolas públicas, para os alunos poderem ter um segundo turno.

Como ser um associado?

L É simples, é ir na unidade (veja pré-requisitos e documentos necessário­s no site www.sesc.com.br). Estamos reformulan­do o nosso cadastro para ser totalmente digital. Vamos deixar de ter uma carteira física e ter uma carteira digital. As pessoas vão receber, por meios digitais, as atividades mais próximas.

Com 400 mil matrículas, o Sesc pretende superar 1 milhão de associados do comércio até 2019

 ?? MARCIO MERCANTE / AGENCIA O DIA ??
MARCIO MERCANTE / AGENCIA O DIA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil