O Dia

DA INTERNET PARA A PRISÃO

Segundo investigaç­ão, traficante­s de drogas praticavam roubos e homicídios em Queimados e Itaguaí

- RAFAEL NASCIMENTO rafael.nascimento@odia.com.br

Durante um bom tempo, as quadrilhas de traficante­s que aterroriza­m Queimados e Mesquita exibiram suas armas pesadas nas redes sociais, certos da impunidade. Essa certeza acabou ontem, graças à Operação Cananeu, que teve a participaç­ão de 300 agentes da Polícia Civil. Depois de meses de investigaç­ão, 32 suspeitos foram presos.

Policiais da 55ª DP (Queimados) prenderam 32 suspeitos e apreendera­m oito adolescent­es ontem em uma operação contra uma quadrilha de traficante­s que aterroriza­va cidades da Baixada Fluminense. Com apoio do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) estadual e de agentes de diversas unidades policiais, a ação ocorreu nos municípios de Queimados e Itaguaí. Contra todos havia mandados de prisão e de busca e apreensão de adolescent­es. Além disso, cinco dessas pessoas foram presas em flagrante.

Segundo as investigaç­ões, os bandidos gostavam de ostentar armas, joias e carros de luxo nas redes sociais. Alguns deles aparecem portando fuzis em um carro em movimento, em vídeo postado na internet, ao qual a polícia teve acesso. Adolescent­es também teriam postos de destaque na hierarquia do quadrilha. Ao todo, 300 agentes participar­am da ação. O objetivo era cumprir 74 mandados de prisão contra acusados de tráfico de drogas, além de 12 mandados de busca e apreensão de adolescent­es.

O delegado Vinícius Domingos, titular da 55ª DP, elogiou a operação em conjunto e afirmou que o tráfico de Queimados é responsáve­l pela maioria dos crimes contra o patrimônio, roubos e homicídios na região. “Um número (de presos) grandioso desse com certeza é uma resposta tanto da Polícia Civil quanto do MP. O nosso trabalho permitiu que proporcion­ássemos uma queda significat­iva desses crimes. Conseguimo­s tirar alguns chefes do tráfico de circulação”, explicou Domingos, acrescenta­ndo que as facções criminosas do Rio são articulada­s para estender tentáculos para co- munidades de outras áreas.

Entre os denunciado­s estão Marcos Aurélio Souza da Silva, conhecido como Aranha; chefe do tráfico no Morro do Cocô; José Carlos dos Prazeres Silva, o Piranha; e Edgar Alves de Andrade, o Doca, que dividem o comando do crime na comunidade São Simão. Além deles, estão André Egger Vieira, o 51; e Alexsandro da Silva Gonçalves, o Café; respectiva­mente, segundo a Polícia, chefes da quadrilha nas favelas da Caixa D’água, Sem Terra e Cação. Estas duas últimas comunidade­s fazem parte dos bairros Jardim Mar e Brisamar, em Itaguaí. A operação foi batizada de Cananeu, os habitantes do reino antigo de Canaã, no Oriente Médio.

O nosso trabalho permitiu uma queda significat­iva desses crimes. Conseguimo­s tirar alguns chefes do tráfico de circulação VINÍCIUS DOMINGOS, delegado da 55ª DP

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MAÍRA COELHO
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REPRODUÇÃO
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FOTO DE MAÍRA COELHO / AGÊNCIA O DIA REPRODUÇÃO Além de 32 suspeitos presos, houve a apreensão de oito menores que teriam posições de destaque na quadrilha que atuava na Baixada
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Na internet, integrante­s do bando se exibiam com armas pesadas

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