DA INTERNET PARA A PRISÃO
Segundo investigação, traficantes de drogas praticavam roubos e homicídios em Queimados e Itaguaí
Durante um bom tempo, as quadrilhas de traficantes que aterrorizam Queimados e Mesquita exibiram suas armas pesadas nas redes sociais, certos da impunidade. Essa certeza acabou ontem, graças à Operação Cananeu, que teve a participação de 300 agentes da Polícia Civil. Depois de meses de investigação, 32 suspeitos foram presos.
Policiais da 55ª DP (Queimados) prenderam 32 suspeitos e apreenderam oito adolescentes ontem em uma operação contra uma quadrilha de traficantes que aterrorizava cidades da Baixada Fluminense. Com apoio do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) estadual e de agentes de diversas unidades policiais, a ação ocorreu nos municípios de Queimados e Itaguaí. Contra todos havia mandados de prisão e de busca e apreensão de adolescentes. Além disso, cinco dessas pessoas foram presas em flagrante.
Segundo as investigações, os bandidos gostavam de ostentar armas, joias e carros de luxo nas redes sociais. Alguns deles aparecem portando fuzis em um carro em movimento, em vídeo postado na internet, ao qual a polícia teve acesso. Adolescentes também teriam postos de destaque na hierarquia do quadrilha. Ao todo, 300 agentes participaram da ação. O objetivo era cumprir 74 mandados de prisão contra acusados de tráfico de drogas, além de 12 mandados de busca e apreensão de adolescentes.
O delegado Vinícius Domingos, titular da 55ª DP, elogiou a operação em conjunto e afirmou que o tráfico de Queimados é responsável pela maioria dos crimes contra o patrimônio, roubos e homicídios na região. “Um número (de presos) grandioso desse com certeza é uma resposta tanto da Polícia Civil quanto do MP. O nosso trabalho permitiu que proporcionássemos uma queda significativa desses crimes. Conseguimos tirar alguns chefes do tráfico de circulação”, explicou Domingos, acrescentando que as facções criminosas do Rio são articuladas para estender tentáculos para co- munidades de outras áreas.
Entre os denunciados estão Marcos Aurélio Souza da Silva, conhecido como Aranha; chefe do tráfico no Morro do Cocô; José Carlos dos Prazeres Silva, o Piranha; e Edgar Alves de Andrade, o Doca, que dividem o comando do crime na comunidade São Simão. Além deles, estão André Egger Vieira, o 51; e Alexsandro da Silva Gonçalves, o Café; respectivamente, segundo a Polícia, chefes da quadrilha nas favelas da Caixa D’água, Sem Terra e Cação. Estas duas últimas comunidades fazem parte dos bairros Jardim Mar e Brisamar, em Itaguaí. A operação foi batizada de Cananeu, os habitantes do reino antigo de Canaã, no Oriente Médio.
O nosso trabalho permitiu uma queda significativa desses crimes. Conseguimos tirar alguns chefes do tráfico de circulação VINÍCIUS DOMINGOS, delegado da 55ª DP