O Dia

Roubos têm aumento de 60% na região

Mulher foi baleada ontem durante tiroteio após assalto. Pedestres e motoristas criticam a inseguranç­a

- NADEDJA CALADO nadedja.calado@odia.com.br RAFAEL NASCIMENTO rafael.nascimento@odia.com.br

Quem passa pela Região Portuária, no entorno da Rodoviária Novo Rio, da Leopoldina e da prefeitura, está familiariz­ado com uma rotina de muitos assaltos e pouco policiamen­to. Um roubo na manhã de ontem acabou em tiroteio na Avenida Francisco Bicalho, em São Cristóvão, deixando uma mulher baleada. O confronto foi entre uma escolta da PM que levava o comandante do 4º BPM (São Cristóvão) e criminosos que roubaram uma moto na via.

Durante o assalto, um policial deu dois tiros de advertênci­a e os criminosos revidaram, atingindo o carro blindado onde estavam os agentes. O veículo levava o tenente-coronel Ari Jorge dos Santos e foi atingido duas vezes no para-brisa, mas ninguém ficou ferido. Jozimara Anunciação, 42, foi socorrida para o Hospital Municipal Souza Aguiar e está fora de perigo. O local onde foi ela atingida, em frente a um sinal de trânsito, ficou marcado por muito sangue.

“Temos informaçõe­s de que os bandidos são da fa- vela da Mangueira. Durante o inquérito, vamos tentar identifica­r os autores do crime e pedir a prisão deles”, explicou o delegado Marcus Antônio Neves, da 17ª DP (São Cristóvão).

Entre os pontos de ônibus do Into, da Leopoldina até a sede da prefeitura, na Cidade Nova, quem espera um ônibus relata o medo e a falta de policiamen­to. O DIA passou mais de duas horas nessas regiões, na tarde de ontem. Às 12h50 — cinco horas após Jozimara ser baleada — três PMs em uma viatura do BPTur abordaram duas pessoas que estavam sentadas próximo ao local onde o crime aconteceu. Após a revista, a polícia foi embora e a rotina de medo continuou.

De 11h30 às 13h50 a reportagem percorreu da Avenida Brasil, altura do Into, até a Avenida Presidente Vargas, e não encontrou nenhuma viatura baseada. Pedestres e motoristas dizem que a região é uma das piores, por conta de uma obra da prefeitura na pista central. “Passo aqui todo dia em direção a Zona Norte. O trânsito afunila. Então, é muito comum ver condutores e passageiro­s sendo assaltados”, disse um empresário que preferiu não se identifica­r.

>

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram uma escalada no número de roubos na região atendida pela 17ª DP. Roubos a pedestres dispararam de 96, em janeiro e fevereiro de 2017, para 169 no mesmo período em 2018: um aumento de 76%. Também subiu o número de roubos de rua (soma roubos a transeunte­s, de aparelhos celulares e em coletivos) em 60,5%.

Em nota, a Polícia Civil informou que “tem intensific­ado as investigaç­ões sobre as modalidade­s criminosas no estado”. A PM, também em nota, declarou que as regiões contam com patrulhame­nto do Batalhão de Policiamen­to em Vias Expressas (BPVE), 4º BPM e 5º BPM (Praça da Harmonia), por rondas em viaturas e motos, e baseamento em pontos estratégic­os.

 ?? SEVERINO SILVA ?? Gildete de Souza deixou de desembarca­r em frente ao Into com medo de assaltos
SEVERINO SILVA Gildete de Souza deixou de desembarca­r em frente ao Into com medo de assaltos

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil