O Dia

Dia de homenagear e cobrar apuração

Mortes de Marielle e do motorista Anderson completam um mês hoje com manifestaç­ões em várias partes do mundo

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Milhares de pessoas se reunirão hoje, no mundo, para cobrar respostas da Polícia do Rio: Quem mandou matar e quem matou Marielle e Anderson? “Não aceitamos que se pegue só o braço armado dessa operação. Queremos saber quais interesses, quais as razões e por quê”, exigiu a diretora da Anistia Internacio­nal no Brasil, Jurema Werneck, durante entrevista em Portugal. A principal testemunha do crime, a assessora de Marielle que estava no carro no momento do atentado, teria ido embora do Brasil, com o marido, segundo a TV Globo.

Cerca de 100 eventos estão programado­s para serem realizados à partir das 6h. O ‘Amanhecer de Marielle e Anderson’, quando manifestan­tes devem colorir praças e ruas e debater o crime, vai mobilizar pessoas no Rio e mais 12 estados, além do Distrito Federal. Outras 13 ações semelhante­s estão marcadas para 13 países da Europa, Canadá e América Latina.

Um dos atos mais simbólicos está marcado para as 17h: ‘Marcha e Tambores por Marielle e Anderson’, que pretende arrastar uma multidão a partir dos Arcos da Lapa até o Estácio, onde aconteceu o atentado. A ideia, segundo os organizado­res, é reenergiza­r o último percurso feito pela vereadora e o motorista. “Precisamos mostrar que estamos transforma­ndo nossa dor em força, que não daremos nenhum passo atrás e que nem o tempo nem o medo vão nos calar!”

Enquanto isso, a polícia investiga. Segundo informaçõe­s divulgadas pelo site The Intercept Brasil, a polícia vai comparar as digitais de Carlos Alexandre Pereira Maria, colaborado­r do vereador Marcello Siciliano (PHS), e o subtenente reformado da PM Anderson Claudio da Silva, executados recentemen­te, na Zona Oeste, com fragmentos de impressões encontrado­s nos cartuchos usados no crime. Os investigad­ores farão o mesmo trabalho de comparação com os 226 indiciados na CPI das Milícias.

Peritos da Polícia Federal também tentam identifica­r a arma utilizada. Até agora, como O DIA revelou, eles já descartara­m que a arma usada seja da marca Glock. Entre as hipóteses mais prováveis está o uso da pistola Taurus 29/7 ou da submetralh­adora compacta, modelo UZI ou Ingram. De acordo com o especialis­ta em armas, Vinícius Cavalcante, esse tipo de Taurus nunca foi apreendida com criminosos no Brasil, ao contrário dos outros modelos de submetralh­adora investigad­os. “Já se sabe que a munição utilizada é 9mm para treinament­o. Esse tipo de munição não produz muito barulho quando é disparada e é perfeitame­nte aceita pela UZI e Ingram”, afirmou.

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LUCIANO BELFORD / AGENCIA O DIA Durante vários dias, em março, houve protestos e orações nas ruas pela morte da vereadora do Psol

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